Em Belo Jardim, a 171 km do
Recife, o padre Geraldo Magela resolveu criar uma polêmica nas celebrações da
Semana Santa, que mexeu com os brios da comunidade católica: no momento em que
a classe política anda em baixa, convidou alguns representantes da categoria
para atores – e não coadjuvantes – da Última Ceia. Eles se apresentaram
vestidos à caráter, sentaram à mesa e participaram também da celebração do lava
pés.
Estavam na cerimônia, dentre
outros, os vereadores Gilvando Estrela e Marcelino Monteiro, o ex-vereador José
Lopes e o ex-vereador e atual presidente da Autarquia Educacional de Ensino,
Nem Cabeludo, que, pasmem, fez o papel de Cristo. Também o ex-prefeito Marcos
Coca-Cola, que responde a processo por improbidade administrativa. Só falou o
prefeito Hélio dos Terrenos (PTB), que faz uma péssima gestão.
O padre justificou o convite
aos políticos alegando que a campanha da fraternidade deste ano tem como foco
políticas públicas. Mas o engraçado é que na mensagem da Igreja o texto base da
campanha chama atenção para o fato de que falar das políticas públicas não se
trata de política ou de eleições, mas de um conjunto de ações a serem
implementadas pelos gestores públicos, com vistas a promover o bem comum,
atendendo as necessidades dos mais pobres e desamparados.
“Os políticos e um padre
chegam ao ridículo de usar o templo sagrado para exploração política”, reagiu
uma beata, que pediu para não se identificar. “Aos olhos da população,
profanaram a Santa Ceia”, acrescentou. Diante da repercussão, a paróquia emitiu
uma nota tentando reduzir o impacto da repercussão e a indignação da comunidade
católica, que forma a grande maioria no município. Mas foi em vão. Na cidade, o
que se diz é que o padre cometeu um sacrilégio.
Fonte: Magno Martins