O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, sucessor
do demitido Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou, hoje, durante cerimônia de posse
no Palácio do Planalto que não é um "radical" e que tem
"capacidade de gestão para entregar resultados".
Abraham Weintraub foi anunciado como novo ministro,
ontem, pelo presidente Jair Bolsonaro, após uma sucessão de crises na pasta
durante a gestão de Vélez Rodríguez. Segundo o presidente, havia um problema de
gestão no ministério e estava "bastante claro" que não estava
"dando certo".
"Tenho capacidade de gestão para entregar o
resultado", declarou. "Não falo isso para me vangloriar. Dificilmente
falo com a imprensa", afirmou.
Segundo ele, "o foco é principalmente com a
população, com quem está na ponta, com o pagador de impostos. Tem de entregar
melhor o serviço". "Por que a gente tem resultados tão ruins [em
educação]? Com o que a gente gasta em relação ao PIB [Produto Interno Bruto],
temos de entregar mais. Os indicadores do Pisa [Programa Internacional de
Avaliação de Estudantes] colocam o Brasil bem abaixo da média", declarou.
Weintraub disse no discurso de posse que o diferencial
dele em relação a ministros anteriores é que não é filiado a partido político,
mas um técnico, professor licenciado da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp).
Segundo ele, de 11 ministros anteriores, 65% eram
filiados a partidos. "Eu não tenho filiação partidária. Não que eu ache
errado ou certo. Eu tenho convicções políticas e elas guiam os meus passos, mas
eu, Abraham, não estou acima do mandato que o presidente recebeu", afirmou.
Weintraub disse que o “foco principal” do trabalho deve
ser a “população” e que o Estado deve entregar um “produto melhor”. Ele
defendeu o cumprimento de leis e ações para todos os brasileiros, não apenas os
que votaram em Bolsonaro para presidente.
“Quando as leis são desrespeitadas é o caos que impera. A
gente está aqui para servir ao povo e não apenas aos que trouxeram este governo
a ocupar o cargo atual”, disse.
O novo ministro também afirmou que não é um
"radical" e se definiu como alguém "de diálogo". “Objetivo
é acalmar os ânimos, colocar a bola no chão, pôr para rodar, republicanamente,
respeitando diferentes opiniões”, disse.
"Tem gente que fala que sou muito radical. Não sou
radical. Eu sou aberto ao diálogo. Você não pode descumprir a lei, você não
pode pregar a violência e esperar a tolerância. Enquanto você não ameaçar a
vida, a integridade física de alguém, eu estou aberto ao diálogo",
declarou.
O novo ministro disse que tem por missão “entregar” o que
foi prometido no plano de governo, que é ter melhores resultados na educação
com o mesmo valor investido atualmente. “Com o que a gente gasta em relação ao
PIB, precisa entregar mais”, destacou.
Ele afirmou que o Brasil tem teóricos consolidados na
filosofia da educação, como Paulo Freire, a quem chamou de “unanimidade”, porém
a qualidade da educação no país não é a mesma.
Weintraub também afirmou que a saída de Vélez Rodríguez
do Ministério da Educação deve ser vista como “algo natural”. Segundo o novo
titular do MEC, Velez é uma pessoa “inteligente” e “amável”, mas que o governo
“não está conseguindo entregar no ritmo esperado” na área.
Fonte: Blog do Magno