Náutico e Sport começam a definir neste domingo, às 16h,
nos Aflitos (com transmissão da Globo e do Premiere), quem será o grande
campeão do Campeonato Pernambucano. Quem apenas olha para os dois clubes
celebrando o bom momento atual pode não lembrar tudo que se passou por Aflitos
e Ilha do Retiro desde o início de temporada. Timbu e Leão chegam com caminhos
parecidos, mas com decisões diferentes das suas diretorias, provando que não
existe verdade absoluta no futebol.
O ano do Náutico começou turbulento. O técnico Márcio
Goiano, apesar de ter renovado o contrato para 2019, não era unanimidade entre
a torcida. E a pressão começou a aumentar depois de resultados ruins. Mais
precisamente dois revezes em clássicos. Perdeu para o Sport por 3 a 1 na Ilha
do Retiro e foi eliminado da Copa do Brasil diante do Santa Cruz. Mas a
diretoria resolveu segurar o treinador e a roda girou.
No Sport, o trabalho começou com Milton Cruz. O treinador
era a grande aposta do técnico Milton Bivar. E ele, ao lado da diretoria, foi
um dos responsáveis por montar o time. Mas futebol é resultado e eles faltaram.
No Campeonato Pernambucano as vitórias até aconteceram, mas a derrota para o
Tombense-MG na Copa do Brasil, e depois no clássico contra o Santa Cruz,
fizeram o treinador deixar o cargo. Oficialmente, o clube anunciou que Milton
pediu demissão, mas o que se sabe é que o treinador se antecipou a algo que a diretoria
já discutia fortemente. Com a contratação de Guto, o Sport passou a jogar bem e
entrou nos eixos.
O 2019 de Márcio Goiano e, consequentemente, do Náutico,
foi de baixos e altos. Nesta ordem. O início da temporada foi bem difícil. Já
na estreia, o time perdeu por 3 a 1 para o Fortaleza, nos Aflitos, pela Copa do
Nordeste. O alívio não foi alcançado no Pernambucano: a equipe perdeu dua das
três primeiras pela competição - incluindo um duro 3 a 1 no clássico diante do
Sport.
Após essa turbulência inicial, houve uma evolução. Se não
propriamente de qualidade, ao menos de resultados. O Náutico começou a vencer e
não parou mais - alguns triunfos foram intercalados por empates, mas não mais
por derrotas.
Foi exatamente num empate, contudo, que a situação de
Márcio se complicou. Contra o Santa Cruz, na segunda fase da Copa do Brasil, o
Timbu ficou no 1 a 1 - mas foi eliminado da competição nos pênaltis. A torcida
reclamou nas arquibancadas e nas redes sociais. A pressão sobre o comandante
chegou quase ao limite.
É aqui que há uma bifurcação entre o caminho que o Sport
tomou e que o Náutico seguiu: em vez de mudar o comando, como o Leão, a
diretoria alvirrubra decidiu apostar em Márcio. Remanescente de 2018, o
treinador ganhou um voto de confiança da diretoria.
A eliminação para o Santa é, também, um marco no time do
Náutico. A partir dali, Márcio Goiano identificou que precisava mexer no time.
Promoveu garotos, como Hereda, Thiago e Odilávio, acrescentou veteranos, como
Danilo Pires, e ganhou concorrência interna.
O bom futebol se traduziu em resultados ainda melhores.
Fora de casa e nos Aflitos, o Náutico foi, um a um, conseguindo seus objetivos:
passou na Copa do Nordeste, eliminando o Ceará, e está nas semifinais. No
Pernambucano, fechou a primeira fase como vice-líder, passou com facilidade por
dois intermediários e está na final, em busca da glória maior e da consolidação
de todo o esforço feito até aqui.
Fonte: GE