O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou nesta
quinta-feira (14) que a população da Venezuela está desprotegida desde que
houve uma campanha pelo desarmamento no país em 2012. Para o parlamentar, os
venezuelanos teriam mais chances de se defender do regime de Nicolas Maduro se
as pessoas pudessem ter armas. "Eu preferiria que não tivesse tido o
desarmamento porque assim o povo teria uma chance de sobreviver. Hoje eles são
massacrados. Toda manifestação que tem, alguém de algum coletivo passa, dá
alguns tiros, intimida as pessoas a não saírem nas ruas, elas ficam mais em
casa e demonstra-se menos força contra o Maduro. É uma estratégia
terrorista", disse.
De acordo com Eduardo, países que promoveram campanhas de
desarmamento foram tomados por ditaduras na sequência, ou ditaduras que se
instalaram desarmaram a população. "Todo país democrático não se preocupa
com seu povo armado. A preocupação tem que ser com os bandidos armados e, para
isso, o desarmamento não ajudou em nada", comentou.
Apesar de defender que os cidadãos tenham acesso a armas,
Eduardo afirmou acreditar que a solução para a saída de Maduro do poder passa
pela pressão internacional e pelo congelamento de ativos financeiros de aliados
do regime. "Assim dá para chegar ao momento em que Maduro vai ruir por si
só sem iniciativa militar", disse.
O parlamentar voltou a dizer que a questão venezuelana
atinge toda a região latino-americana e que, por isso, os opositores ao regime
de Maduro precisam de ajuda internacional. "A solução para a Venezuela não
é só atinente a ela, mas a toda a região. Acredito que sozinhos eles não têm
forças para sair de lá, vide que em 2012 começou uma forte campanha de
desarmamento e lá só tem o pessoal armado do Maduro e dos coletivos",
comentou.
Eduardo Bolsonaro foi escolhido no período da manhã para
presidir a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara. Ele,
no entanto, nem ouviu os cumprimentos de seus colegas. Deixou a reunião assim
que terminou um breve discurso para se reunir com o ex-embaixador americano no
Brasil Clifford Sobel.
Segundo o deputado, eles trataram de assuntos econômicos,
como o interesse do País em fazer parte da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) e possíveis acordos bilaterais.
Eduardo confirmou também que o presidente Jair Bolsonaro
se encontrará com o filósofo Olavo de Carvalho, considerado guru do
'bolsonarismo', na viagem que fará aos Estados Unidos na próxima semana. Eles
devem se encontrar em um jantar. No mesmo evento, deverá estar também Steve
Bannon, ex-estrategista do presidente americano, Donald Trump.
Fonte: Diário de Pernambuco