O deputado federal (PSOL-RJ) Jean Wyllys anunciou, nesta
quinta-feira (24), que deixou o Brasil por conta das ameaças de morte que tem
sofrido. A informação foi trazida pela Folha de S.Paulo, que publicou,
nesta tarde, uma entrevista com o parlamentar. Wyllys, que está de férias fora
do país, afirmou que não irá retornar e, assim, não tomará posse em 1º de
fevereiro para o seu terceiro mandato consecutivo.
"Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias
melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o
novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos
vocês, de todo coração. Axé"", disse Wyllys em publicação na sua conta
oficial do instagram, confirmando a notícia, na tarde desta quinta-feira.
O deputado, que vive sob escolta da polícia desde a morte de sua companheira de
partido, Marielle Franco, em março do ano passado, justificou ainda que as
notícias de que Flávio Bolsonaro teria empregado parentes de um suspeito de
liderar a milícia contribuíram para a sua decisão. "Me apavora saber que o
filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário. O
presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que
sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para
mim", afirmou.
Jean Wyllys disse ainda, na entrevista, que, fora do Brasil, pretende se
concentrar na carreira acadêmica.
Fonte: Diário de Pernambuco