Em uma campanha marcada por movimentos estrategicamente
planejados e também velados, a disputa pela presidência do Senado terá a marca
do “anti”. Assim como ocorreu na eleição presidencial, a escolha de quem
comandará a Casa e, por tabela, o Congresso Nacional pelos próximos dois anos
será definida por grupos a favor e contra a chamada “velha política”, neste
caso, representada por Renan Calheiros (MDB-AL), um dos poucos caciques que vão
permanecer no cargo a partir de fevereiro e que tenta presidir a Casa pela
quarta vez.
Sem o apoio do presidente Jair Bolsonaro ou do partido
dele, o PSL, Renan acompanha, nos bastidores, a pretensão de Tasso Jereissati
(PSDB-CE) de firmar uma espécie de acordo tácito com a base aliada para
derrotar o emedebista, mesmo que numa votação apertada e secreta. Assim como
Renan, o tucano não se colocou oficialmente como candidato, mas busca líderes
de outros partidos para avaliar suas chances de vitória.
“Ele não vai entrar nesse jogo para perder. Mas espera um
sinal dos senadores para se colocar publicamente. Tasso é o único que pode
derrotar Renan”, disse Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que não se reelegeu, mas faz
parte do grupo de sustentação à campanha de Tasso.
Segundo a reportagem da Veja apurou, apesar da discrição,
o tucano já se reuniu com líderes do DEM, do PSD e do Podemos e tem marcada para
o dia 28 uma reunião com o governador de São Paulo, João Doria, para tratar de
eleição. Doria tem ocupado espaço no PSDB depois que o presidente da sigla,
Geraldo Alckmin, se afastou do dia a dia partidário, ainda que
extraoficialmente.
Fonte: Blog do Magno