Um sargento da Polícia Militar investigado por suspeita
de integrar um grupo de milícia em Pernambuco foi expulso da corporação. A
determinação, assinada pelo Secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, foi
publicada no Diário Oficial deste sábado (5).
De acordo com a portaria, o sargento havia sido indiciado
como incurso no crime de recusa de obediência, ao descumprir a determinação de
um oficial do 24º Batalhão da PM durante o serviço. Já o grupo de milícia de
que ele fazia parte era investigado pela Polícia Civil na Operação
Hostes, por crimes como homicídios, comércio ilegal de armas de fogo e
munições e usurpação de função pública.
A portaria da SDS também considera que "a conduta de
integrar grupo de minícia carece de mais averiguação". As apurações estão
sendo feitas pelos órgãos responsáveis. O G1 procurou a Polícia
Militar para repercutir a decisão e aguarda retorno.
Operação Hostes
Deflagrada em agosto de 2017 no Recife e
no interior do estado, a Operação
Hostes concluiu que os PMs presos por integrarem uma milícia em
Pernambuco eram responsáveis por atentados
a residências de oficiais da PM.
De acordo com as investigações, eles tentaram intimidar
os superiores para manter nos batalhões os membros da organização envolvidos em
segurança privada de políticos, prisões ilegais feitas com uso de fardas e
armas da corporação, além de e assassinatos ocorridos no Agreste do estado.
De acordo com informações repassadas à época pelo
delegado Bruno Vital, os PMs usavam fardas, viaturas e armamentos da corporação
para prestar serviços ilegais aos clientes, que eram, normalmente, comerciantes
e empresários. Ao grupo também foi atribuída a prática de homicídios, com seis
casos investigados.
Na época da operação, oito mandados de prisão e sete de
busca e apreensão foram cumpridos. Do total, cinco presos são PMs que atuavam
no Batalhão de Santa
Cruz do Capibaribe, no Agreste, e praticavam os crimes em municípios
vizinhos, como Caruaru e Taquaritinga
do Norte. Os alvos da operação negaram a participação nos crimes, segundo a
polícia Civil.
Fonte: G1 Caruaru