O vice-presidente da República, Antonio Hamilton
Mourão , criticou a atuação do Ministério Público do Rio na
investigação que envolve o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Mourão disse ao GLOBO neste sábado que falta "foco" ao MP e que
existe "sensacionalismo" e "direcionamento" na investigação
envolvendo o filho primogênito do presidente da República e o ex-assessor e
ex-motorista Fabrício Queiroz . Mais cedo, o futuro líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), chamou MP
do Rio de covarde e defendeu Flávio Bolsonaro.
– São várias pessoas investigadas nessa operação, na Furna da Onça. As quantias
que estavam ligadas ao Flávio eram as menores. As maiores, se não me engano,
eram ligadas a um deputado do Partido dos Trabalhadores. E ninguém está falando
nisso. Eu acho que está havendo algum sensacionalismo e direcionamento nesse
troço. Por causa do sobrenome. Não pela imprensa, que revela o que chega às
mãos dela. O Ministério Público tem de ter mais foco nessa investigação –
afirmou o vice-presidente.
Mourão adotou a linha que vem sendo colocada em prática
pelo Planalto: a tentativa de distanciamento do caso por parte do
governo.
– Esta é uma questão do Flávio Bolsonaro, não tem nada a ver com o governo
federal. Esse assunto pertence ao Flávio e aos assessores dele. Vamos aguardar
os esclarecimentos que tiverem de ocorrer por parte dele mesmo e da própria
investigação que está em curso – disse o vice-presidente.
Neste sábado, o MP do Rio informou que quatro deputados
estaduais que possuem assessores com movimentações atípicas já procuraram o
órgão para dar explicações. São eles: André Ceciliano (PT), Luiz Paulo (PSDB),
Paulo Ramos (PDT) e Tio Carlos (SD). O MP vai avaliar agora se as explicações
são suficientes.
Mourão afirmou ainda que "a normalidade será
mantida" durante o seu exercício na Presidência. Bolsonaro embarca no
domingo rumo ao Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, e lá permanece até
quinta-feira. No período, Mourão exercerá a Presidência no Brasil.
– Para que existe o vice-presidente? Para que quando o presidente se afaste, a
normalidade seja mantida – disse Mourão.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tentará a
reeleição ao posto e que já conta com o apoio da bancada do PSL, afirmou ao
GLOBO que o agravamento da crise envolvendo Flávio Bolsonaro não deve
contaminar o andamento de pautas prioritárias do governo no Congresso, como a proposta
de reforma da Previdência.
– Não acredito que haverá reflexo na pauta – disse Maia por mensagem de
celular.
Já o deputado Eduardo Bolsonaro saiu em defesa do irmão mais velho. Num vídeo
publicado no perfil de Eduardo numa rede social, o advogado Alexandre Pacheco
critica o trabalho do Ministério Público do Rio na investigação que envolve
Flávio e diz que os integrantes do MP "não são deuses, são humanos
passíveis de defeitos".
O advogado diz ainda que o STf deve ser o responsável pela investigação de
Flávio e que o caso tem como objetivo atrapalhar o governo do presidente Jair
Bolsonaro e seus planos de realizar reformas no país.
Fonte: Blog do Magno