De volta do Fórum Econômico Mundial de Davos, o
presidente Jair
Bolsonaro sentiu, segundo assessores, o "peso e a
importância" de aprovar a reforma da Previdência Social ainda neste ano
para o governo decolar e garantir crescimento na casa de 4%.
A avaliação depois do encontro na Suíça é que os
investidores estão deixando claro: se a reforma for aprovada, o investimento
vem pesado para o Brasil e o país entra num ciclo de crescimento forte. Se não
for aprovada, o clima fica negativo.
Para assessores presidenciais, a passagem por Davos vai
ajudar o presidente a optar por uma reforma mais "substancial", como
ele próprio classificou em entrevista na Suíça, ou "robusta", como
definem os ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil). E também
trabalhar para que seja aprovada no prazo mais curto possível, seis meses de
preferência, a partir da reabertura do Legislativo no próximo mês.
Pelos cálculos de Paulo Guedes, as propostas em discussão
dentro do governo podem gerar uma economia de R$ 700 bilhões a R$ 1,3 trilhão
num período de dez anos.
Bem acima da que tramita atualmente no Congresso, de
autoria do governo Michel Temer, que garantia uma redução de gastos com
benefícios previdenciários na casa de R$ 400 bilhões. A proposta original da
equipe anterior era de uma economia de R$ 800 bilhões em dez anos, mas foi
desidratada pela pressão de parlamentares.
Na avaliação do ministro da Economia, o clima atual é
favorável à aprovação da medida. Ele retorna de Davos com a certeza, após
conversas com investidores nacionais e estrangeiros, de já ter o apoio
necessário no setor privado e entre governadores para aprovar a reforma da
Previdência. Agora, sua equipe vai traçar uma estratégia de comunicação para
conquistar também o apoio da população para a aprovação da medida.
Para a equipe de Paulo Guedes, isso ajudaria a levar o
Congresso a aprovar as mudanças nas regras de aposentadoria num prazo de seis
meses.
O governo avalia que o momento também é favorável para
aprovação da medida dentro do Legislativo, mas o processo ficará mais tranquilo
e fácil se a população também der o seu aval para as mudanças.
Fonte: G1