Futuro ministro do Itamaraty diz que Maduro não foi convidado para posse de Bolsonaro
Por Fabiano Costa, G1 – Brasília
O futuro ministro das Relações
Exteriores, Ernesto
Araújo, afirmou neste domingo (16) em sua conta no Twitter que o presidente
da Venezuela, Nicolás
Maduro, não foi convidado pelo Itamaraty para a posse do presidente eleito
Jair Bolsonaro em 1º de janeiro, em Brasília. Segundo o futuro chanceler,
"não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da
vontade popular brasileira".
A posse do presidente eleito deve atrair chefes de Estado
de vários países. Pelo protocolo do Itamaraty, os líderes dos países
sul-americanos costumam ser convidados para a solenidade de posse dos
presidentes brasileiros.
Bolsonaro, entretanto, sempre foi um crítico contundente
do regime bolivariano da Venezuela, desde a gestão do ex-presidente Hugo
Chávez. O presidente eleito manteve e até mesmo intensificou as críticas ao
vizinho sul-americano depois que Maduro assumiu o comando da Venezuela.
Em meio à campanha eleitoral, Bolsonaro repetiu várias
vezes que, se eleito, não deixaria que o Brasil se tornasse uma Venezuela.
Aliados do futuro presidente acusam as gestões petistas de se associarem à
Venezuela, que vive uma grave crise econômica, com desabastecimento e colapso
de serviços. Para fugir da fome, milhares de venezuelanos têm imigrado para
outros países, entre os quais o Brasil.
"Em respeito ao povo venezuelano, não convidamos
Nicolás Maduro para a posse do PR Bolsonaro. Não há lugar para Maduro numa
celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira. Todos os
países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a
Venezuela", escreveu Ernesto Araújo na manhã deste domingo no Twitter.
Apesar do clima tenso entre Bolsonaro e Caracas durante a
disputa eleitoral, a Venezuela tentou construir uma ponte com o capitão
reformado do Exército assim que acabou a corrida presidencial.
No dia seguinte à vitória de Bolsonaro nas urnas, o
ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, publicou
uma mensagem no Twiter dizendo que Maduro estendia suas felicitações
ao Brasil pelas eleições e fazia um apelo para que o presidente eleito
retomasse "o caminho das relações diplomáticas de respeito" com a
Venezuela.
"O governo bolivariano aproveita a ocasião [eleição
de Bolsonaro] para exortar o novo presidente eleito do Brasil a retomar, como
países vizinhos, o caminho das relações diplomáticas de respeito, harmonia,
progresso e integração regional, pelo bem-estar dos nossos povos", disse
Caracas na ocasião em nota publicada na rede social pelo ministro das Relações
Exteriores.