Remarcado em novembro, o segundo julgamento do trio
conhecido como ‘Canibais de Garanhuns’ - que já cumpre pena desde 2014 por
outro homicídio -, ocorrerá nesta sexta-feira (14), no Fórum Desembargador
Rodolfo Aureliano, Ilha de Joana Bezerra, área central do Recife. O júri está
marcado para começar às 9h, na 1ª Vara do Tribunal do Júri. Jorge Beltrão
Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina
Oliveira da Silva são acusados da morte de duas mulheres, além de comerem e
comercializarem parte da carne dos corpos. Os crimes aconteceram nos meses de
fevereiro e março de 2012, no bairro de Jardim Petrópolis, em Garanhuns,
Agreste de Pernambuco.
No início da sessão, serão escolhidos os sete jurados
para compor o Conselho de Sentença. Para o julgamento, o Ministério Público de
Pernambuco (MPPE) solicitou que o delegado Wesley Fernandes Oliveira, que
investigou o caso em Garanhuns, fosse ouvido.
Após essa oitiva, segue o interrogatório dos réus.
Depois, haverá o debate entre o promotoria e a defesa. Cada um terá até duas
horas e meia para expor seus argumentos. Na sequência, pode haver a réplica
para o promotoria, que dura até duas horas, e a tréplica para a defesa, com a
mesma duração. Para concluir, ocorre o julgamento pelo Conselho de Sentença.
Crimes
Segundo as investigações, as vítimas, Alexandra da Silva
Falcão, 20 anos, e Gisele Helena da Silva, 31 anos, foram atraídas pelo grupo
com promessas de emprego e de “ouvir a Palavra de Deus”. De acordo com o
inquérito, Jorge matou as mulheres com facadas no pescoço e os corpos de ambas
as vítimas foram esquartejados com participação das outras duas acusadas. O
trio teria usado parte da carne das vítimas para comer e rechear empadas, que
eram comercializadas em Garanhuns.
O três acusados respondem pelo crime de duplo homicídio
triplamente qualificado, além de ocultação e vilipêndio de cadáver e furto
qualificado, pois o grupo teria roubado os pertences das duas vítimas. Bruna
Cristina de Oliveira também vai ser julgada pelo uso do RG de Jéssica Camila da
Silva Pereira. A identidade pertencia a outra vítima do trio, que foi morta no
ano de 2008 quando o grupo ainda morava no bairro de Rio Doce, Olinda, no
Grande Recife. A filha desta vítima foi adotada pelo trio.
Em relação a este crime, os três acusados foram julgados e condenados em 2014 por homicídio
quadruplamente qualificado, além de vilipêndio e ocultação de cadáver, na 1ª
Vara do Tribunal do Júri de Olinda. Jorge Beltrão foi condenado a pena de 21
anos e 6 meses de reclusão, mais 1 ano e 6 meses de detenção. Isabel Cristina
foi condenada a 19 anos de reclusão e 1 ano de detenção. Já Bruna Cristina, a
19 anos de reclusão e 1 ano de detenção. JC Online