Ele defendeu um aprofundamento da reforma trabalhista em
seu governo, com medidas mais favoráveis aos empregadores para 'estimular novas
contratações'
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, reafirmou nesta
terça-feira 4, em coletiva de imprensa, que "hoje em dia continua muito
difícil ser patrão no Brasil". Bolsonaro defendeu um aprofundamento da
reforma trabalhista em seu governo, com medidas mais favoráveis aos
empregadores para "estimular novas contratações". A ideia também foi
apresentada a parlamentares do MDB e do PRB em reuniões no Centro Cultural
Banco do Brasil (CCBB), sede da equipe de transição.
"Na última reforma trabalhista, que votei favorável,
já tivemos reflexo positivo, número de ações trabalhistas caiu pela metade. Mas
hoje em dia continua sendo muito difícil ser patrão no Brasil", criticou o
presidente.
No ano passado, o Congresso aprovou projeto do presidente
Michel Temer que muda trechos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e
prevê pontos que poderão ser negociados entre empregadores e empregados e, em
caso de acordo coletivo, passarão a ter força de lei.
Bolsonaro não quis entrar em detalhes sobre como seria
feito o aprofundamento. "Estamos estudando. Não basta ter direitos e não
ter empregos, esse é o grande problema que existe", declarou em conversa
com jornalistas.
O presidente eleito também contou que tem recomendado a
empregadores que "entrem na guerra" pela mudança da legislação.
"Tenho dito que vão ter que entrar nessa guerra, não dá para deixar só com
governo. Alguns dizem que podemos nos aproximar da legislação de outros países
como os Estados Unidos, mas acho que seria aprofundar demais."
Segundo ele, em reuniões com representantes do setor
produtivo há reclamação de que "com a legislação trabalhista ainda está
complicado empregar no Brasil". "Eles têm dito que o Brasil é o país
dos direitos, mas não tem emprego. Então isso tem que ser equacionado um dia.
Eles têm dito, não sou eu, o trabalhador vai ter que decidir, um pouquinho
menos de direitos e emprego ou todos os direitos e desemprego."
Sobre a dissolução do atual Ministério do Trabalho, ele
disse que a pasta funcionava como "sindicato do trabalho, e não como
ministério". "Nenhum trabalhador vai perder direitos ou ser
prejudicado tendo em vista a não existência do ministério do trabalho",
garantiu.
Fonte: Diário de Pernambuco