A Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) acionou o Ministério
Público Federal(MPF), nesta quarta (7), para investigar os autores de um
panfleto que lista professores e estudantes que “serão banidos do Centro de
Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) em 2019” devido ao seu posicionamento
político-ideológico e à sua orientação sexual.
O MPF informou que a representação da UFPE vai ser
distribuída para um procurador da República, que ficará à frente do caso. A
universidade abriu uma sindicância para apurar o fato e informou que também vai
acionar a Polícia
Federal (PF).
No material, alguns dos citados são chamados de
"doutrinadores", "comunistas" e "viados". Um dos
professores é apontado como "uma ameaça à moral e aos bons costumes
cristãos com um exército de viados, travecos, feminazis, prostitutas e todos os
tipos de degenerados que atuam contra a família".
O texto chama as pessoas citadas de “escória” e traz
críticas a objetos de estudo dos alunos, como a adoção de crianças por casais
homossexuais, chamada de “adoção de crianças por viados e travecos”.
Por meio de nota, a UFPE afirmou “não admitir, sob
qualquer hipótese, que a violência ameace as liberdades de cátedra e
individuais”. No texto, a universidade também aponta que casos como esse podem
ser denunciados à instituição através da Ouvidoria Geral da UFPE, no site da
universidade.
Também através de nota, o professor José Luiz Ratton,
coordenador do programa de pós-graduação em sociologia da UFPE e um dos citados
na lista que circulou pelo CFCH, afirmou que “as providências legais estão
sendo tomadas institucionalmente para proteger a todos”.
“Os ataques dirigidos a nós são, fundamentalmente,
ofensas às várias e desejáveis formas de afirmação da cidadania brasileira, à
autonomia da universidade pública, às liberdades civis, à democracia”, traz o
texto do docente.
O G1 entrou em contato com a PF para questionar
se algum procedimento vai ser adotado diante do caso e aguarda retorno do
órgão.
Fonte: G1 Caruaru