Ygor King, de 19 anos, e
David Willian da Silva, de 18 anos, se apresentaram à Polícia Civil de São José
dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, nesta quinta-feira. Os dois
são suspeitos de participar do espancamento e da morte do jogador Daniel Correa
Freitas.
A 11ª Vara Criminal de São
José dos Pinhais expediu nesta quarta-feira mandados de prisão temporária de 30
dias contra três suspeitos, Ygor, David e Eduardo Henrique da Silva, de 19
anos. Eduardo,que foi preso na quarta-feira em Foz do Iguaçu, no oeste do
estado.
Além deles, estão presos
Edison Brittes Júnior, autor confesso, sua esposa Cristiana Brittes e sua
filha, Allana Brittes.
"Não quero
morrer": testemunhas relatam apelo de Daniel
Segundo a polícia, os três
suspeitos teriam ajudado o empresário Edison Brittes Júnior na agressão a
Daniel na festa que aconteceu na casa da família Brittes, no dia 27 de outubro
e na morte do jogador.
A família de Daniel está a
caminho de Curitiba e deve depor ainda nesta quinta-feira.
Depoimentos
Edison Brittes depôs nesta
quarta-feira e confessou ter espancado e matado o jogador Daniel. A versão
prestada no depoimento, no entanto, é diferente da apresentada dias antes em entrevista
à RPC.
Em entrevista, Edison
Brittes falou que a porta do quarto onde Cristiana estava foi arrombada por
ele. No depoimento, disse que pulou a janela ao ver o jogador com a esposa.
Ele preferiu ficar em
silêncio no interrogatório quando foi questionado sobre como o jogador foi
morto, mas assumiu toda a autoria do crime.
O suspeito disse à polícia
que queria humilhar o jogador, e que ficou transtornado ao presenciar a suposta
violência contra a esposa dele, Cristiana Brittes. Segundo a versão de Edison,
Daniel tentou estuprar Cristiana.
Allana e Cristiana também
foram ouvidas pela polícia. A esposa do suspeito disse no interrogatório que
acordou com Daniel deitado sobre ela. Cristiana disse à polícia que, de cueca e
"excitado", ele esfregava o pênis, que estava para fora da cueca,
pelo corpo dela.
Segundo depoimento de
Cristiana, ao acordar e perceber a situação, começou a gritar assustada.
Segundo ela, o jogador dizia: "Calma, é o Daniel".
A polícia ouviu testemunhas
que estavam na casa na data do crime. Elas disseram que ninguém ouviu Cristiana
gritando por socorro e que não viram a porta do quarto do casal arrombada. Uma
das testemunhas afirmou que ouviu Daniel pedindo por ajuda e dizendo que não
queria morrer.
O delegado Amadeu Trevisan
disse, depois do depoimento das testemunhas, que não houve tentativa de estupro
por parte de Daniel contra Cristiana. A Polícia Civil de São José dos Pinhais
investiga o caso.
Nova perícia
De acordo com o Instituto de
Criminalistica do Paraná, uma nova perícia no local onde o corpo de Daniel foi
encontrado foi realizada na manhã desta quinta-feira. É a segunda perícia
realizada no local. Já foram realizadas perícias também na casa da família Brittes
e no carro de Edison.
Segundo a polícia, foi feito
um exame toxicológico no corpo de Daniel que apontou a presença de 13,4
decigramas de álcool por litro de sangue.
De acordo com o delegado que
cuida do caso, Daniel não tinha condições de se defender das agressões com esta
dosagem de álcool. O laudo apontou que o jogador não usou drogas naquela noite.
Daniel
Daniel Corrêa Freitas nasceu
em Juiz de Fora (MG), e jogou pelo Coritiba, em 2017.
Ele estava emprestado pelo
São Paulo ao São Bento, equipe que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro.
O jogador foi revelado pelo Cruzeiro e também jogou pelo Botafogo e pela Ponte
Preta.
Fonte:GE