Em pleno Dia de Finados, Jair Bolsonaro foi às redes
sociais para enaltecer um ritual cívico que espera ressuscitar nas escolas
públicas durante o seu mandato. Deseja que os alunos entoem o hino nacional,
enquanto assistem ao hasteamento da bandeira do Brasil.
Bolsonaro escreveu: “Por muito tempo nossas instituições
de ensino foram tomadas por ideologias nocivas e inversão de valores, pessoas
que odeiam nossas cores e hino. Hastear uma bandeira do Brasil não tem relação
com política, mas com o orgulho de ser brasileiro e a esperança de tempos
melhores.”
De fato, hino e bandeira não fazem mal a ninguém. O
problema é que apenas o coro e o hasteamento no pátio da escola não resolverão
a precariedade do que se passa dentro da sala de aula. Ali, falta desde o
básico (cadeiras e carteiras) até o indispensável (professores bem formados e
remunerados adequadamente).
Durante a campanha, Bolsonaro revelou pouquíssimo sobre o
que planeja fazer na área educacional. Mencionou o vago desejo de instalar um
colégio militar em cada capital. E falou em “expurgar a ideologia de Paulo
Freire” das escolas e cursos de formação de professores.
Considerando-se que pouca gente sabe quem é Paulo Freire,
Bolsonaro prestaria enorme serviço ao ensino se, em vez do expurgo, defendesse
o direito das crianças de tomar conhecimento da história desse patriota —depois
de cantar o hino e hastear a bandeira, naturalmente.
Fonte: Blog do Magno