BRASÍLIA — Após 13 meses de investigação, a Polícia
Federal (PF ) finalizou o inquérito que apurava se o presidente Michel
Temer e seu grupo político receberam propina em troca de beneficiar
indevidamente empresas do setor portuário. No relatório final, a PF indiciou o
atual presidente e sua filha Maristela por corrupção passiva , lavagem
de dinheiro e organização criminosa , além de outros acusados.
O relatório final afirma que Temer usou empresas do
coronel reformado da PM João Baptista Lima, amigo do presidente de longa data,
para receber propina da empresa Rodrimar por meio de uma complexa engenharia
financeira envolvendo repasses a empresa de fachada ligada ao coronel. A PF
aponta ainda crimes em pagamentos feitos pelo grupo Libra. Ambas as empresas
são concessionárias de áreas do porto de Santos, reduto de influência política
do emedebista.
O relatório final, assinado pelo delegado Cleyber Malta
Lopes, foi enviado nesta terça-feira ao Supremo Tribunal Federal — prazo máximo
estabelecido pelo ministro Luís Roberto Barroso. Agora, o material será
encaminhado à procuradora-geral da República Raquel Dodge, que deverá decidir
se oferece denúncia contra o presidente com base nesses fatos.
Fonte: O Globo