A bancada feminina na Assembleia Legislativa de
Pernambuco (Alepe), eleita no domingo (7), dobrou em relação ao pleito de 2014.
Nas eleições de 2018, 10 parlamentares conquistaram vagas, contra cinco na
disputa anterior. Assim, a partir de janeiro de 2019, 20,4% das 49 cadeiras na
Casa Joaquim Nabuco serão ocupadas por mulheres.
Além de um maior número de mulheres, a delegada Gleide
Angelo (PSB), que investigou
casos policias de repercussão no estado, foi a mais votada na eleição deste
ano, com mais de 412 mil votos. O segundo candidato mais votado foi o pastor
Cleiton Collins, com cerca de 106 mil votos.
A próxima legislatura traz ainda uma novidade: cinco
mulheres se elegeram pelo PSOL com
o nome de "Juntas". Elas prometeram, durante a campanha, exercer um
mandato coletivo na Alepe. Faz parte do grupo a advogada Robeyoncé
Lima, que foi a primeira transexual do Norte e Nordeste a poder usar o
nome social na carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A Assembleia contará ainda como estreantes Clarissa
Tércio (PSC), que integra a
bancada ligada a igrejas evangélicas, e Alessandra Vieira (PSDB), que tem como base
eleitoral a cidade de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste, parte do polo de
confecções do estado.
Também assumem um primeiro mandato como deputadas Fabíola
Cabral (PP), que é filha de
Lula Cabral (PP), prefeito do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife; e
Dulcicleide Amorim (PT), que
tem como base eleitoral a cidade de Petrolina, no Sertão. Dulcicleide é mulher
do deputado Odacy Amorim, que tentou uma vaga na Câmara Federal e não se
elegeu.
Deputadas reeleitas
Foram reeleitas em 2018 Prsicla Krause (DEM), filha do ex-ministro e
ex-governador de Pernambuco Gustavo Krause e uma da líderes da oposição ao
governo Paulo Câmara (PSB), e Simone Santana (PSB), mulher do ex-prefeito de
Ipojuca, no Grande Recife, Carlos Santana.
Quem também volta à Alepe para um novo mandato é Roberta
Arraes (PP), que tem como base eleitoral a cidade de Araripina, no Sertão, e é
mulher do ex-prefeito da cidade Roberto Arraes. Integrante atualmente da
comissão de Educação da Assembleia, Teresa Leitão (PT) é professora e
sindicalista.
Em Pernambuco, foram registradas no Tribunal Regional
Eleitoral (TRE) 681 candidaturas a deputado estadual. Desse total, 212 eram
mulheres.
Câmara Federal
Na bancada pernambucana na Câmara dos Deputados não houve
alteração no número de mulheres. Assim como em 2014, nas eleições de domingo
foi eleita uma mulher.
Desta vez, a escolhida foi Marília Arraes (PT), que teve
193 mil votos. Atual vereadora do Recife, ela é neta do ex-governador Miguel
Arraes e prima do ex-governador Eduardo Campos.
Em 2014, Luciana Santos (PCdoB) foi eleita deputada
federal. Nesta eleição, ela foi
eleita vice-governadora de Pernambuco na chapa que reelegeu Paulo
Câmara (PSB).
É a primeira vez na história que uma mulher ocupa esse
cargo no estado. Luciana Santos foi prefeita de Olinda em dois mandatos e teve
destaque no partido em Brasília.
Legislação
Desde 1997, a lei eleitoral brasileira exige que os
partidos e as coligações respeitem a cota mínima de 30% de mulheres na lista de
candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias
Legislativas e as Câmaras municipais.
Além da cota de números de candidatos, nas eleições de
2018 as mulheres também tiveram uma cota financeira. Em maio deste ano, o TSE
decidiu que os partidos devem repassar 30% dos recursos do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha (FEFC) para as candidaturas femininas.
Fonte: G1 PE