Com 23 anos, João Campos
(PSB) bateu um recorde histórico em Pernambuco e foi eleito ontem para deputado
federal com 460.387 votos. Filho do ex-governador Eduardo Campos, morto em
2014, João é recém-formado no curso de Engenharia civil e ex-chefe de gabinete
do governador reeleito Paulo Câmara (PSB). Antes dele, o título foi da avó, Ana
Arraes (em 2010, 387 mil votos), e do bisavô, Miguel Arraes (em 1990, 340 mil
votos).
A Frente Popular (PSB,
PCdoB, MDB e PSD), pela qual João Campos concorreu, ficou com oito das 25 vagas
de deputado federal que cabem ao estado. São eles: além de João Campos, André
de Paula, Felipe Carreras, Raul Henry, Danilo Cabral, Gonzaga Patriota, Renildo
Calheiros e Tadeu Alencar. Ex-secretário do ex-governador Eduardo e atual
deputado federal, Tadeu ficou em 29ª lugar entre os mais votados, com 53.597
votos, mas se elegeu pela coligação beneficiado pelo quociente eleitoral, que
prevê a divisão das cadeiras na Câmara Federal de acordo com o quociente
partidário e as sobras de votos conquistadas pelo bloco.
Outro destaque individual
das urnas para deputado federal é a votação da vereadora do Recife Marília
Arraes (PT), neta do ex-governador Miguel Arraes. Ela teve a segunda maior
votação de Pernambuco neste cargo: 193.108 votos. Marília era candidata ao
governo, mas retirou a postulação por decisão do partido. Com a vitória de
Marília para a Câmara Federal, a vaga dela na Câmara dos Vereadores fica para o
primeiro suplente: o ex-prefeito do Recife João da Costa. O Partido dos
Trabalhadores saiu sozinho na eleição proporcional deste ano. Pela legenda, ao
lado de Marília, foi eleito Carlos Veras, com 72.005 votos.
A coligação Pernambuco Vai
Mudar, de oposição, elegeu seis deputados federais. Ancorada na candidatura de
Armando Monteiro ao governo, que polarizava com Paulo Câmara e perdeu o pleito,
a coligação foi composta pelo PTB, PSC, DEM, PSDB, PSC, Podemos e PPS. André
Ferreira, o terceiro mais votado (175.834 votos), Silvio Costa Filho, Daniel
Coelho, Fernando Filho, Ricardo Teobaldo e Bispo Ossésio estão entre os
eleitos. Zeca Cavalcanti e Vinícius Mendonça tiveram votações acima de 54 mil,
mas ficaram de fora em função do quociente eleitoral. Este resultado traz uma
surpresa: a ausência de deputados federais representando o PSDB.
Solidariedade e PMN,
coligação intitulada Pernambuco em primeiro lugar, fez quatro deputados federais. Sebastião
Oliveira chama a atenção pela expressiva votação (129.978 votos). Eduardo da
Fonte foi eleito com 113.640 votos - menos da metade da votação conquistada por
ele em 2014, quando conseguiu 283,5 mil votos e o título de mais votado daquele
ano. Fernando Monteiro e Augusto Coutinho foram os demais eleitos deste bloco.
A chapa Pernambuco que Você
Quer (Pros, Avante, PDT, PP e PR) elegeu Wolney Queiroz (82.592 votos) e o
novato Túlio Gadelha (75.642 votos). Impulsionado pela campanha presidencial
pró-Bolsonaro, a coligação Avança Pernambuco elegeu dois deputados federais:
Luciano Bivar (coordenador da campanha de Jair Bolsonaro no estado), com
117.943 votos, e Fernando Rodolfo. Fernando obteve 52.824 mil votos e foi
alçado pelo quociente eleitoral. Pastor Eurico conseguiu uma das vagas na
Câmara Federal, pelo Patriota, com 125.025 mil votos.
Diario de Pernambuco