Deputado do chamado
baixo-clero, Jair Bolsonaro começou a ganhar notoriedade depois de fazer duras
críticas ao PT, fazendo uma oposição que o PSDB durante os quatorze anos dos
petistas no governo federal foi incapaz de realizar. Filiado ao PP, Bolsonaro saiu
do partido para ingressar no PSC, cujo casamento não durou muito, e iniciou um
flerte com o PEN, que viria a se tornar Patriota por uma exigência sua. Na
véspera das definições de filiações, o flerte não se consumou, e Bolsonaro teve
que ingressar no nanico PSL, que estava em vias de mudar para Livres, e a sua
entrada no partido gerou uma grande confusão.
Durante a pré-campanha,
muitos desdenhavam da competitividade de Bolsonaro, dizendo que com apenas
alguns segundos de guia ele seria dizimado das urnas, e que sua candidatura não
passava de um arroubo. O tempo se encarregou de mostrar que Jair Bolsonaro era
o candidato que as pessoas entendiam como antagonista do PT, que por sua vez
sustentou uma candidatura fake de Lula até os 45 do segundo tempo no sentido de
transferir os votos para Fernando Haddad.
Na véspera da substituição
de Lula por Haddad, um bandido que não se sabe com qual motivação e se
realmente agiu sozinho, desferiu uma facada em Jair Bolsonaro, na véspera da
independência do Brasil, com o candidato trajando uma camisa “Meu partido é o
Brasil” em um de seus gigantescos eventos de campanha, fato que não se repetia
por nenhum presidenciável.
Quis o destino que Jair não
viesse a óbito, mas a facada pode ter sido o gatilho que faltava para impulsionar
a candidatura dele ao Palácio do Planalto. As pesquisas subsequentes apontavam
a liderança de Bolsonaro contra Fernando Haddad que também estava crescendo
impulsionado por Lula.
Apesar da liderança,
Bolsonaro tinha dificuldades de superar a casa dos 30%, e Haddad se aproximava
a cada pesquisa. Até que os defensores do PT decidiram fazer um famigerado ato
#EleNão enquanto o presidenciável se recuperava do atentado sofrido. O ato
antecedeu uma grande movimentação em defesa de Jair Bolsonaro que ocorreu em
todo o país. Seus eleitores decidiram abraçar o projeto.
A cada pesquisa seguinte
Bolsonaro foi crescendo até chegar neste sábado que antecede a eleição. Os
números apontaram 40% dos votos válidos para o candidato do PSL, porém o nível
de crescimento da sua candidatura é tão grande nas ruas de todo o Brasil que
não será surpresa se neste domingo ele for eleito presidente da República no
primeiro turno após 20 anos de eleições que eram decididas na segunda etapa.
A eventual vitória de
Bolsonaro neste domingo, em primeiro turno, será uma quebra de paradigmas, pois
além de derrotar o PT que venceu as últimas quatro eleições presidenciais, ele
também terá vencido com apenas 8 segundos de guia eleitoral, desmistificando a
máxima de que o tempo de televisão era fundamental para eleger presidente.
Nunca o termo “mito” foi tão apropriado. Bolsonaro poderá fazer história neste
domingo, e os grandes responsáveis pela sua possível e cada vez mais provável
chegada ao Palácio do Planalto, são primeiramente o PT, e posteriormente a
classe política tradicional que criou o mito, e fez ele se transformar num
tsunami que conquistou milhares de brasileiros.
Fonte: Edmar Lira