O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou
nesta terça-feira, 16, em evento com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo
que, se não houvesse passado ao segundo turno, poderia apoiar "qualquer
candidato" contra Jair Bolsonaro (PSL).
"Nós estaríamos discutindo a sério apoiar qualquer
outro candidato no segundo turno contra o Jair Bolsonaro, diante da ameaça que
ele representa. A nossa elite é o contrário. Está disposta a apoiar qualquer
candidato para evitar a retomada do projeto de desenvolvimento com inclusão
social que era o que nós estávamos fazendo até que o golpe nos tirou este
direito", afirmou.
Segundo ele, a elite brasileira passou os últimos dois
anos em busca de um "Macron brasileiro", em referência ao presidente
da França, Emmanuel Macron. "Eles acabaram encontrando o Jair Bolsonaro.
Seria uma piada, se não fosse tão ameaçador. Esta elite está disposta a
tudo", afirmou.
Lembrando o apoio de Mario Covas (PSDB), Leonel Brizola
(PDT) e Miguel Arraes (PSB) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no
segundo turno de 1989, Haddad reconheceu a dificuldade de se reproduzir uma
aliança em termos semelhantes.
"Não é fácil fazer hoje porque nos dias atuais a
violência hoje é maior que a violência ocorrida em 1989, quando a gente saía do
período de arbítrio da ditadura. Nós não vamos voltar a esta situação (de arbítrio),
ninguém aqui quer isto", afirmou.
Diante do avanço de Jair Bolsonaro (PSL) na campanha
presidencial, o candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, fez um apelo a
militantes para que fiquem "de cabeça erguida" e afirmou que a
campanha ainda está procurando desconstruir o adversário.
Durante o ato, Haddad se referiu a Bolsonaro como um
"balão". "É só acertar a agulha no orifício certo dessa armadura
e isso vai derreter em alguns dias", disse Haddad, afirmando que precisa
buscar 10 milhões de votos para ganhar a eleição.
O presidenciável afirmou que há trabalho a ser feito para
identificar como "desnudar essa fraude", em referência ao candidato
do PSL.
Haddad pediu aos apoiadores que não mudem de humor ao
olhar pesquisas eleitorais e citou que não liderou nenhuma sondagem no primeiro
turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012, quando foi eleito.
Cobrado por Cid Gomes (PDT) para fazer uma profunda
autocrítica sobre erros do PT, Haddad afirmou que admite erros, mas que não
abre mão do projeto representado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
preso e condenado na Lava Jato.
"Admitimos, sim. admitimos erros, mas admitimos que
o projeto que foi apresentado é um projeto que vai tirar o País da crise",
declarou, citando Lula. Em discurso em Fortaleza, Cid criticou a campanha
petista e ainda discutiu com apoiadores petistas que gritaram o nome do
ex-presidente.
O candidato do PT atacou Bolsonaro, mais uma vez, por não
ir a debates na TV. O petista relatou que uma reunião para discutir o debate na
TV Record foi cancelada porque o adversário "fugiu". Fonte: Diário de Pernambuco