O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou na
noite deste domingo (7), após a confirmação do segundo turno entre Jair
Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que vai se reunir com a direção do
partido antes de decidir sobre a posição a ser adotada na nova etapa da
eleição. Mas excluiu a hipótese de apoiar Bolsonaro: "Ele não, sem
dúvida".
Ciro Gomes terminou o primeiro turno em terceiro lugar,
com mais de 13 milhões de votos, menos da metade dos mais de 30 milhões de
Fernando Haddad (PT), segundo colocado – Bolsonaro teve quase 50 milhões.
O candidato do PDT afirmou que vê “com muitas angústia e
preocupação” a divisão do país, mas ressalvou que combate o “fascismo”.
"Uma coisa eu posso adiantar logo, como vocês já
viram: minha história de vida é uma história de vida de defesa da democracia e
contra o fascismo", declarou.
Questionado por um repórter se alguma hipótese estava
descartada, respondeu: "Ah, ele não, sem dúvida".
Ciro ainda declarou que discutirá com o presidente
nacional do PDT, Carlos Lupi, a situação do segundo turno.
O candidato do PDT afirmou que encerrou o primeiro turno
da eleição presidencial com sentimento de “profunda gratidão ao povo
brasileiro” e fez um agradecimento especial aos eleitores do Ceará, sua base
eleitoral.
No estado, o irmão Cid Gomes foi eleito senador, e o
governador Camilo Santana (PT), apoiado por Ciro, se reelegeu.
“Eu vou agora comemorar a vitória do Camilo, que é uma
vitória superlativa, uma vitória do senador Cid Gomes, que é o meu orgulho.
Fizemos uma extraordinária maioria na Assembleia Legislativa do Ceará”, disse o
candidato.
Terceira tentativa
O pedetista disputou a Presidência pela terceira vez – em
1998, filiado ao PPS, também ficou em terceiro na disputa, atrás de Fernando
Henrique Cardoso, eleito no primeiro turno, e Luiz Inácio Lula da Silva. Em
2002, ainda no PPS, ficou na quarta colocação, atrás de Lula, eleito pela
primeira vez, José Serra e Anthony Garotinho.
Neste ano, Ciro buscou na campanha se apresentar como
uma terceira
via, como alternativa tanto
a Haddad e o PT quanto a Bolsonaro.
Ele insistiu nas críticas à postura
do PT em relação à sua candidaturae, inclusive, chegou a declarar que "não
é mais possível" apoiar o partido.
Em
relação a Bolsonaro, Ciro foi mais enfático: em mais de uma ocasião, referiu-se
ao adversário como "aberração" e apontou "riscos"
à democracia caso ele seja eleito.
Propostas
Durante a corrida eleitoral, o programa
Nome Limpo, uma das propostas de Ciro mais divulgadas, foi considerada
um "hit"
de campanha.
O projeto propunha a quitação dos débitos dos
consumidores que estão com o nome sujo no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)
por meio do refinanciamento das dívidas junto aos bancos.
Por um lado, foi criticado por adversários e economistas,
que o acusaram de populismo. Por outro, se manteve firme e declarou, em mais de
uma ocasião, que só fica contra esse projeto "quem
tem horror a povo".
Durante toda a campanha, Ciro também criticou e
prometeu revogar
a reforma trabalhista e o teto
de gastos aprovado por meio da emenda 95, ambas propostas pelo governo
Michel Temer.
Um dos principais mantras repetidos por ele e por sua
campanha foi o de criar um "grande projeto nacional de
desenvolvimento", com investimentos em ciência, tecnologia, indústria e
empregos.
Pesquisas
Em agosto, no início da campanha eleitoral, Ciro já figurava
em terceiro nas pesquisas sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
No início de setembro, com a confirmação da candidatura
de Fernando Haddad, Ciro
chegou a figurar em segundo nas pesquisas.
Ultrapassado pelo petista em setembro, permaneceu na
terceira posição em todas as pesquisas divulgadas até o primeiro turno das
eleições, estagnado
em um percentual entre 10% e 13% das intenções de voto.
Fonte: G1