Derrotado nas urnas, Ciro Gomes (PDT) embarca para o
exterior, hoje, para viajar com a família, e deve ficar fora do País por até
duas semanas. Os planos frustram as investidas do PT, que faz acenos ao
candidato derrotado no intuito de trazê-lo para dentro da campanha petista no
segundo turno das eleições 2018.
Ao contrário do que esperava a campanha de Fernando
Haddad (PT), Ciro não vai chefiar a equipe do programa econômico do petista. A
ideia é que o pedetista não suba no palanque com Haddad, muito menos faça fotos
para indicar o "apoio crítico", aprovado em reunião da Executiva
nacional do PDT ontem.
O PT pretendia insistir com Ciro para que ele integrasse
a coordenação da campanha de Haddad. Nos bastidores, o convite era tratado como
um primeiro passo para Ciro assumir um ministério em eventual governo Haddad.
Na campanha petista, o nome dele é citado para comandar o Planejamento ou a
Fazenda.
Para se distanciar do PT, o presidente do PDT, Carlos
Lupi, se antecipou e disse na quarta-feira que o partido vai lançar Ciro Gomes
como candidato para 2022, já após o fim do segundo turno. "Não faremos
nenhuma reivindicação (junto ao PT). Será um voto claro sem participação na
campanha e com a certeza de que não participaremos de nenhum governo, mesmo se
Haddad ganhar a eleição. Vamos começar a construir agora 2022, já estamos
decididos a lançar a candidatura de Ciro Gomes", afirmou.
Outra forma de mandar sinais negativas ao PT foi anunciar
que o PDT, independentemente de quem vença o segundo turno, estará na
oposição em 2019. O motivo da resistência do PDT em se aproximar da campanha de
Haddad foram os "ataques" que os petistas fizeram à candidatura de Ciro
Gomes, durante o processo eleitoral.
Orquestrada com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, o PT fez uma manobra ainda no primeiro turno que atrapalhou as
negociações de apoio do PSB à candidatura de Ciro. O caso foi encarado como uma
rasteira do PT no partido. Na ocasião, os petistas retiraram candidaturas em
outros estados para não atrapalhar nomes do PSB que disputavam os mesmos
cargos. Em troca, os socialistas se comprometeram a ficarem neutros no primeiro
turno, em vez de apoiarem o presidenciável do PDT.
Fonte: Blog do Magno