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Brasileiras têm mais anos de estudo e maior expectativa de vida, mas têm renda menor que homens, apontam dados do IDH


Dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgados nesta sexta-feira (14) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) indicam que as brasileiras estão melhores na maioria dos indicadores no que diz respeito à saúde e ao estudo. Porém, estão pior situadas quando sua renda nacional bruta per capita é comparada à dos homens. 

Em seu levantamento de desenvolvimento humano, o Pnud faz duas análises para avaliar as disparidades e desigualdades entre homem e mulher. 

O Índice de Desenvolvimento de Gênero, que traz os mesmos indicadores do IDH, mas com separação por sexo em 164 países, mostra que, apesar de as mulheres terem mais anos esperados de escolaridade (15,9 frente a 14,9 dos homens) e maior média de anos de estudo (8 anos contra 7,7 nos homens), a renda nacional bruta per capita da mulher é 42,7% menor que a do homem. 

Em dólares, este valor equivale a US$ 10.073 contra US$ 17.566 para os homens. 

No Índice de Desenvolvimento de Gênero, os países são divididos em grupos de 1 a 5 - sendo este último o de maior desenvolvimento. Como as mulheres têm números mais altos em quase todos os indicadores, o Brasil é avaliado na melhor categoria, a do grupo 1. 

Porém, o Índice de Desigualdade de Gênero, calculado em 160 países e focado na situação da mulher no país, mostra o Brasil na 94ª posição. O índice, neste caso, é de 0,407 numa escala de 0 a 1 - ao contrário do IDH, porém, o país está melhor posicionado quanto mais próximo do zero.

Desigualdade na política
Aqui, o Pnud destaca que as brasileiras ocupam 11,3% das cadeiras do Congresso Nacional. O resultado é o pior da América do Sul. Além disto, este indicador é ainda pior que o do país com o menor IDH do mundo, o Níger (17%). 

Outro indicador do Pnud mostra que uma mulher brasileira gasta em média 4,3 vezes mais do seu tempo em trabalhos domésticos e de cuidados do que os homens. Cerca de 13,3% do tempo delas é dedicado a esta atividade não remunerada, enquanto os homens gastam cerca de 3,1% do tempo deles. 

Essa comparação é maior do que em países vizinhos, como o Chile (onde as mulheres gastam 2,2 vezes mais do seu tempo nessas tarefas do que os homens), Argentina (2,5), Uruguai (2,4) e Paraguai (3,4).
Fonte: G1