Com 104 anos de história, o Santa Cruz carrega grandes
feitos que orgulham a sua multidão fiel de seguidores. Desde 2008, porém, o
clube passou a criar uma ligação amarga com o porão do futebol brasileiro. Foi
neste ano que a equipe passou a frequentar a Série C de maneira preocupante.
Neste domingo, no estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, diante do Operário,
teve a oportunidade de deixar essa indesejada relação para trás. Precisava de
um empate. No entanto, falhou. E falhou feio. Sem mostrar qualquer força que
respeite a sua tradição, a equipe acabou derrotada por 3 a 0, nas quartas de
final, e termina a temporada de 2018 em pleno mês de agosto. Já o rival garante
uma vaga na Segunda Divisão no próximo ano.
Após criar apenas duas chances nos primeiros minutos de
partida, o time de Roberto Fernandes se desmantelou em campo. Não conseguiu
criar lances ofensivos. Tampouco soube se defender e sofreu gols de Alisson,
Schumacher e Dione. Cada vez que as redes balançaram, vinha certeza de que o
time tricolor terá que disputar a Série C pela quinta vez na história. Fruto de
um ano em que a equipe sofreu para superar os mata-matas, sendo eliminado
precocemente no Pernambucano, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e, agora, no
Campeonato Brasileiro.
Primeiro tempo
O Santa Cruz começou o jogo com apenas uma mudança na
equipe titular. Após Carlinhos Paraíba sentir cansaço muscular ao longo da
semana, Roberto Fernandes optou por colocar Charles desde o início do
confronto. O time, portanto, ganhou um reforço na marcação e conseguiu se
ajustar para sair rápido nos contra-ataques. Com essa proposta, o Tricolor teve
as primeiras chances de gol do confronto antes de ser bombardeado.
As duas, por sinal, estiveram nos pés de Pipico e, em
sequência, logo aos seis e sete minutos. A primeira foi criada por Vitor
e finalizada para fora pelo atacante, levando perigo. Na segunda, Robinho
roubou a bola no meio-campo. Na sequência, o centroavante se esticou para
aproveitar o cruzamento, mas não conseguiu.
A empolgação, imediatamente, saiu de cena para entrar o
drama. Afinal, logo no minuto seguinte, o Fantasma passou a atormentar o Santa
Cruz. Foi uma sequência de chances que começou com um gol anulado corretamente
devido ao impedimento de Schumacher até o placar ser aberto. Aos 21 minutos,
após cruzamento, a defesa coral não cortou o perigo e o zagueiro Alisson chutou
de fora da área para colocar o time mandante na frente. O gol também quebrou a
sequência do Mais Querido de não ser vazado em quatro jogos seguidos.
Nesse momento, o Tricolor já sofria para marcar as
investidas do rival e via a estratégia de iniciar o confronto mais protegido
ruir. Afinal, o Santa Cruz mostrou dificuldade para interromper a criação do
Operário, principalmente com o meia Cleyton. Quando tinha a bola, o problema
passou a ser a dificuldade de articulação, tentando a todo instante ligações
diretas. A etapa inicial chegou ao fim no lucro para Roberto Fernandes.
Segundo tempo
Mesmo com o cenário adverso, Roberto Fernandes decidiu
voltar aos minutos finais com a mesma formação. Nos primeiro 20 minutos, as
duas equipes pareciam com receio de se expor. O jogo, então, ficou morno. Foi
quando o treinador do Santa Cruz decidiu arriscar e tirou volante Charles para
a entrada do atacante Augusto.
Antes mesmo que qualquer mudança fosse constatada, a
equipe do Operário desferiu outro duro golpe. Aos 27 minutos, após
cruzamento, Schumacher se adiantou a Danny Morais e chutou de primeira para
fazer o segundo gol do time. Abatido e cometendo erros bobos com a bola, o
Santa Cruz se desestabilizou ainda mais na partida. O nocaute veio aos 34
minutos. Dione fez o terceiro e decretou a permanência coral na Série C.
Ficha do jogo
Operário 3
Simão; Léo, Alisson, Sosa e Peixoto; Chicão, Erick e
Robinho (Xuxa); Lucas Batatinha (Dione), Schumacher (Quirino) e Cleyton.
Técnico: Gerson Gusmão
Santa Cruz 0
Ricardo Ernesto; Vítor; Sandoval (Augusto Silva), Danny
Morais e Allan Vieira; Willian Maranhão, Charles (Augusto) e Arthur Rezende; Jailson,
Robinho e Pipico. Técnico: Roberto Fernandes
Local: Germano Krüger, em Ponta Grossa
Árbitro: Raphael Claus (Fifa/SP)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (Fifa-SP) e
Rogerio Pablos Zanardo (SP)
Gols: Alisson (21min do 1ºT), Schumacher (27min do
2ºT), Dione (34min do 2ºT)
Cartões amarelos: Lucas Batatinha, Chicão (O);
Arthur Rezende (S)
Público: 7.085
Público: 7.085
Renda: R$ 241.950,00