A Polícia
Federal (PF) apresentou, nesta segunda (6), a conclusão do inquérito
do acidente
aéreo que matou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, em agosto de
2014, para as famílias de cinco das sete vítimas da queda do jato.
O encontro realizado no Aeroporto Internacional do
Recife-Guararapes/Gilberto Freyre, na Zona Sul da cidade, foi fechado à
imprensa. Procurada pelo G1, a corporação afirmou que não vai se
pronunciar até que todas as famílias das vítimas tenham acesso ao resultado da
investigação.
O delegado Rubens Maleiner — responsável por
investigar acidentes
aéreos como o que ocorreu com o ministro Teori Zavascki — esteve à
frente das investigações. Em nome das famílias de Eduardo Campos,
dos assessores Carlos Augusto Leal Filho e Pedro Valadares, do fotógrafo
Alexandre Severo e do cinegrafista Marcelo Lyra, o engenheiro João Campos,
filho do ex-governador de Pernambuco, mencionou algumas das informações passadas
pelo delegado na apresentação do inquérito.
Segundo João, foram apresentadas quatro hipóteses para
explicar o que pode ter ocorrido no momento do acidente. "O delegado fala
em possível colisão ou desvio de um objeto, desorientação espacial dos pilotos
e de falha mecânica no compensador ou no profundor, peças que ficam na cauda do
avião. Dessas hipóteses, não há nenhuma prevalecente, ou seja, pode ter sido
somente uma ou uma combinação de várias", afirma.
Ainda de acordo com o filho do ex-governador, o delegado
descarta a hipótese de sabotagem na aeronave. "Cabe agora a cada família
olhar os autos do inquérito e, com muita serenidade, entender o que pode ser
feito para evitar que outros acidentes como esse aconteçam", diz.
Irmão de Eduardo, o advogado Antônio
Campos também participou da reunião e conta que a hipótese principal é
a de falha mecânica. "A mais provável é a falha no compensador do
profundor, mas, como familiar de Eduardo, pretendo aprofundar esses detalhes e
saber se essa falha técnica pode ter sido previamente preparada, o que não foi
apontado aqui", afirma.
A previsão da PF é de que, na terça (7), o inquérito seja
apresentado às famílias do piloto da aeronave, Marcos
Martins, e do copiloto do jato, Geraldo
Magela Barbosa da Cunha, em São Paulo. Apenas após esse encontro, a Polícia
Federal deve se pronunciar oficialmente. O inquérito também deve ser remetido
ao Ministério Público.
Investigação da FAB
Sem apontar um motivo que causou a queda do avião,
oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(Cenipa), da Força Aérea
Brasileira (FAB), divulgaram, em janeiro de 2016, quatro
fatores que contribuíram para a queda do avião: a atitude dos pilotos, as
condições meteorológicas adversas, a desorientação espacial e a indisciplina de
voo.
Também há fatores que podem ter contribuído, mas que não
ficaram comprovados, como é o caso de uma eventual fadiga da tripulação –
conforme aponta o relatório.
Entenda o caso
O acidente que matou Eduardo Campos aconteceu em Santos
(SP) na manhã do dia 13 de agosto de 2014. O jato particular caiu sobre um
bairro residencial e chovia no momento da queda.
Os corpos do ex-governador, do fotógrafo Alexandre Severo
e do assessor Carlos Augusto Leal Filho, conhecido como Percol, foram velados
durante uma cerimônia na Praça da República, no Centro do Recife, no dia
17 de agosto. Depois de despedidas e homenagens, o corpo
de Campos foi sepultado no Cemitério de Santo Amaro, na mesma região. Já os
corpos de Alexandre Severo e de Carlos Percol foram levados Morada da Paz, em
Paulista, e Santo Amaro, respectivamente.
O outro assessor de Campos, o cinegrafista Marcelo Lyra,
foi levado para o Morada da Paz desde o desembarque na Base Aérea do Recife,
onde também foi velado e enterrado. As outras três vítimas do acidente —
o assessor
político Pedrinho Valadares, o piloto Marcos Martins e o copiloto Geraldo
da Cunha — também foram enterrados no mesmo dia.
Fonte: G1 PE