Entre janeiro e junho de 2018, foram descobertas em
Pernambuco 31 mil ligações de energia irregulares. Isso significa que, em
média, mais de 172 dispositivos instalados para roubar ou desviar eletricidade
foram encontrados a cada dia no estado no primeiro semestre deste ano.
No mesmo período, a empresa realizou 88 mil inspeções em
residências e em estabelecimentos comerciais e industriais. Os dados foram
divulgados, nesta segunda-feira (27), pela Companhia Energética de Pernambuco
(Celpe).
Os números da empresa foram divulgados na semana seguinte
à prisão de empresários apontados como responsáveis pelo roubo de energia
avaliado em R$ 1 milhão. Eles foram alvos da Operação
Clandestinus,deflagrada na quarta-feira (22).
Durante o primeiro semestre deste ano, segundo a
companhia, foi possível evitar o roubo ou o desvio de 64 giga-watt hora (GWh).
Isso é suficiente para abastecer 510 mil residências ou uma cidade como Jaboatão
dos Guararapes, no Grande Recife, por dois meses.
Em termos financeiros, estabelecimentos como academias,
casa de shows, mercados, padarias , hotéis e fábricas cometeram irregularidades
com a instalação de mecanismos conhecidos como "macacos" ou alterando
medições de energia. Em seis meses, a Celpe estima que foi possível recuperar
R$ 28 milhões em energia roubada ou desviada.
Inspeções
Segundo a empresa, as inspeções seguem um padrão. Caso
técnicos suspeitem da fraude ou da instalação do "macaco", uma
denúncia é encaminhada para a Secretaria de Defesa Social (SDS).
Em caso de irregularidade constatada, a concessionária
notifica o proprietário e realiza a cobrança pelo período fraudado. É aplicada
uma multa, conforme determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Roubo de energia elétrica é crime, previsto no artigo 155
do Código Penal. A pena pode chegar a quatro anos de reclusão. O ato de desviar
energia afeta o fornecimento e representa risco para a segurança da comunidade. Fonte: G1 PE