Em sabatina realizada na manhã desta terça-feira 21,
diante de um auditório repleto de empresários e industriais, na Federação das
Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), o senador Armando Monteiro (PTB)
apresentou uma série de propostas para a retomada do desenvolvimento econômico
e o consequente aumento de empregos. Candidato ao governo pela coligação
Pernambuco Vai Mudar, Armando discorreu sobre desburocratização, inovação e
criação de um ambiente favorável para os negócios de modo a resolver os problemas
que assolam o Estado nos últimos três anos e sete meses. “Precisamos de um
choque de atualização”, resumiu.
“Temos um desafio muito grande: enfrentar uma agenda
sobrecarregada e velha, com passivos históricos, como o saneamento, que
precisam ser resolvidos com urgência, e, ao mesmo tempo, conectar Pernambuco
com o futuro e as tendências que estão influenciando a economia mundial. Temos
que atuar nesses dois campos simultaneamente”, afirmou Armando, o segundo dos
candidatos a governador a ser sabatinado pela Fiepe, ressaltando que os quatro
eixos principais da agenda do desenvolvimento são infraestrutura, capital
humano, melhoria do ambiente de operação das empresas e inovação.
Sobre infraestrutura, Armando voltou à questão das
estradas estaduais. “Temos um gravíssimo problema de mobilidade urbana e
temos uma situação difícil no que diz respeito à qualidade da malha viária”,
lamentou Armando, referindo-se à deterioração e falta de manutenção das
rodovias sob a jurisdição do Estado, das quais 82% estão em condição ruim ou
deplorável, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes
(CNT). “Temos um desafio de reforçar a infraestrutura hídrica, sem o que
não há sustentação da atividade agropecuária, sem falar nos portos, aeroportos
e da melhoria da internet”, destacou.
Armando acredita que a digitalização dos processos é algo
que já está atrasada há tempos e que é essencial porque diminui a burocracia e
acelera os processos. “Precisamos tornar digital a interface dessa relação
Estado-empresa, para que possamos melhorar todo o processo”, ressaltou o
candidato, ladeado pelo presidente da Fiepe, Ricardo Essinger, e pelo consultor
jurídico da entidade, Humberto Vieira de Melo. Armando foi presidente da Fiepe
entre 1992 e 2004.
Ele voltou a falar sobre a criação de uma lei que proteja
os entes estatais das influências políticas. “A exemplo do que já há no
âmbito federal, Pernambuco precisa blindar suas empresas estratégias de
influências nocivas, uma lei de governança nas estatais. É necessário criar
critérios para evitar processos políticos que comprometam as empresas.”
Para Armando, a redução dos tributos, em especial os
voltados para os que prejudicam os pequenos empreendedores, é essencial. “Há
muitos regimes especiais. Há quem chame de ‘manicômio tributário’”, disse, para
logo após salientar que Pernambuco cansou de promessas. “É preciso escolher a
prioridade, mobilizar a bancada e os atores políticos e sair para fazer a obra
e não ficar chorando e pondo a culpa nos outros, na crise ou no governo
federal.”
Fonte: Blog do Edmar Lyra