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Seu destino passa pelas mãos de deputados e senadores. Você tem consciência disso?

No Brasil, não há uma única lei que não tenha passado pelo Legislativo em algum momento. Em outubro, vote consciente.
Nestas eleições, iremos escolher 25 deputados federais e dois senadores que, em Brasília, representarão seus anseios como cidadão brasileiro

A cada dois anos, os brasileiros vão às urnas escolher os representantes políticos dos seus anseios enquanto cidadãos, os responsáveis por dar voz à população tanto no âmbito do Poder Executivo (presidente, governador, prefeito) quanto do Legislativo (senador, deputado e vereador). 

No próximo dia 7 de outubro, além de votarmos em candidatos a presidente e governador, escolheremos senadores, deputados federais e estaduais. Em Pernambuco, elegeremos 49 estaduais, 25 federais e dois senadores – parlamentares que, em um momento de necessária retomada da economia nacional, terão papel fundamental para a melhoria da qualidade de vida da população. Mas será que os eleitores têm consciência da importância desses legisladores para as suas vidas?

“Foi a ação da população na rua e a ação parlamentar que fizeram as mulheres poderem votar, os negros poderem votar, os trabalhadores poderem votar. 

O voto se tornou universal não por causa da dádiva de ninguém, foi por causa da luta dos interessados e da ação político-parlamentar-democrática para fazer valer esses interesses e ampliar esses direitos. Todos os benefícios que nós temos hoje foram criados por leis e pelo legislativo”, explica Pedro Serrano, advogado e professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Tudo o que hoje é lei, necessariamente passou pelo Legislativo em algum momento. Vamos a exemplos práticos: beber e dirigir nunca foi permitido no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mas foi a criação da Lei Seca, há dez anos, uma proposta do deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ), que aumentou a fiscalização e endureceu a punição para os motoristas que insistem em pegar no volante após ingerir bebida alcoólica. O resultado prático disso é que, de 2008 a 2016, 41 mil mortes no trânsito foram evitadas, segundo levantamento do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES). Esse é o levantamento mais recente do CPES.

CONSTITUIÇÃO DE 1988
Também é importante ressaltar que foi o Parlamento que elaborou a Constituição Federal do Brasil, que em 2018 está completando 30 anos. É na nossa Carta Magna que estão garantias fundamentais para os cidadãos, como a igualdade entre os gêneros, a proibição da tortura e a criminalização do racismo. 

Natural de Sertânia, no Sertão de Pernambuco, o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) foi um dos 559 parlamentares que participaram da Assembleia Constituinte de 1988. De acordo com o socialista, mesmo tendo pontos que necessitam de aperfeiçoamento, nossa Constituição foi a responsável por mudar completamente a realidade do País, que saía de um período de 20 anos de ditadura militar. “Hoje (o Brasil) é muito diferente, pois, mesmo estando ruim, com muita gente desempregada, muita roubalheira, o povo pode reclamar, brigar. Em razão disso, eu acho que a gente vai superar essa crise toda pelo povo. Vamos recuperar isso aí em cinco, seis, oito ou dez anos pelo povo”, defendeu o parlamentar.

Nas mãos do Parlamento estão os destinos de milhões de brasileiros, sobretudo em um momento econômico como o atual, onde o reequilíbrio das contas públicas se mostra urgente para que o País volte a crescer. No radar da próxima legislatura existem pautas que possivelmente serão prioridade de qualquer que seja o presidente eleito em outubro. Dentre elas, está a reforma da Previdência. Legalmente, o texto não pôde mais ser votado neste ano por se tratar de uma emenda à Constituição, instrumento vetado durante intervenções federais como a que está em vigor no Rio de Janeiro. Nos bastidores, contudo, comenta-se que o presidente não apresentou a PEC antes da ação militar porque sabia que, devido à sua impopularidade, não teria o apoio necessário de parlamentares para aprová-la às vésperas de uma eleição.
“Independentemente de quem vai se eleger no Executivo, em 2019 a gente tende a ter um Congresso ainda conservador, tentando mostrar resultados para a sociedade nessa questão da austeridade fiscal, de que o Estado precisa ser enxugado. 

Quem vai dar o tom disso aí, se vai ter um rompimento (com o padrão atual) ou não, não é o Congresso, mas o Executivo, até pelo próprio modelo do nosso presidencialismo”, salientou a cientista política Priscila Lapa, professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho) Fonte: JC Online