FiveThirtyEight, site
americano especializado em análise de dados e previsão de resultados, fez um
levantamento de quanto tempo cada seleção da Copa do Mundo gasta para
atividades como tiro de meta e substituições quando está à frente no placar – a
popular "cera". E resultado é surpreendente para aqueles que apontam
o Brasil como o mais catimbeiro.
De acordo com o levantamento
do FiveThirtyEight, a seleção de Tite chega a ser até mais rápida quando está
em vantagem, com média de dois segundos a menos nas cinco situações de jogo
analisadas: escanteios, faltas, tiros de meta, substituições e arremessos
laterais.
O time que apresentou maior
variação de tempo nessas situações foi o Peru – seis segundos a mais para cada
uma delas, lembrando que a seleção peruana só esteve em vantagem diante da
Austrália, na última rodada da fase de grupos, quando já estava
desclassificada.
A surpresa vem a seguir:
quatro seleções europeias fecham o "top 5". Sérvia (5,7 segundos a
mais nessas atividades), Suécia (5,7seg), França (5,6seg) e Inglaterra (4seg)
estão entre as equipes que mais fizeram "cera", de acordo com o
levantamento do site americano.
"À medida em que
analisamos os dados e mapeamos cada paralisação do jogo na Copa, pudemos ver
claramente algumas tendências. O time que está vantagem leva mais tempo para
desempenhar até a mais simples das tarefas, como um tiro de meta", diz o
texto assinado pelo jornalista David Bunnell.
O México aparece em sétimo
no ranking, atrás do Senegal. No jogo que resultou na eliminação dos mexicanos,
nas oitavas de final, o técnico Juan Carlos Osorio reclamou muito do
"tempo gasto com um único jogador" do Brasil, numa referência clara a
Neymar.
Mas houve também reclamação
de uma seleção sul-americana (a Colômbia) contra uma europeia (a Inglaterra). O
time colombiano reclamou muito da cera dos ingleses na etapa final do tempo
normal do duelo válido pelas oitavas de final, na última terça-feira. E que o
jornal The Times, um dos mais conceituados do Reino Unido, viu isso como algo
positivo, destacando que a Inglaterra "aprendeu a ser malandra".
O quadro abaixo, produzido
pelo FiveThirtyEight, mostra (em inglês), a variação do "tempo gasto"
("time-wasting") por cada país ("country") em vantagem nos
escanteios ("corners"), faltas ("free kicks"), tiros de
meta ("goal kicks"), substituições ("subs"), arremessos
laterais ("throw-ins") e a variação total em relação à média
("total average time above below all team average"). Note que Japão,
Brasil e Polônia (em rosa) chegam a ser mais rápidos do que a média, mesmo
quando estão vencendo.
Levantamento do site
FiveThirtyEight mostra variação do tempo gasto em cinco diferentes situações de
jogo por cada seleção quando está em vantagem (Foto: Reprodução /
FiveThirtyEight.com)
A tabela acima não mostra
todas as seleções porque, claro, nem todas estiveram em vantagem no placar
durante a Copa. Outras, como Alemanha (que liderou um jogo apenas nos dois
minutos seguintes ao gol de Kroos contra a Suécia) e Colômbia, não apresentaram
alterações significativas.
Dentre os lances de maior
"cera" destacados na matéria estão um arremesso lateral no jogo entre
Irã e Espanha, quando o placar ainda mostrava 0 a 0 no fim do primeiro tempo –
o zagueiro Ehsan Hajsafi levou 48 segundos para recolocar a bola em jogo. O
campeão, porém, foi o goleiro Mathlouthi, da Tunísia, que levou 103 segundos
para cobrar um tiro de meta quando seu time vencia o Panamá por 2 a 1 (e as
duas seleções já estavam eliminadas). Fonte:GE