Passados os sete dias e seis horas que supostamente
dariam o direito ao Exército assumir o poder, começa a cair a ficha dos
caminhoneiros de que uma intervenção militar não vai ocorrer. "Cadê o
Exército? O prazo acabou. Vai terminar tudo em pizza outra vez?",
questionava um participante dos grupos de WhatsApp.
Isso não significa, entretanto, que eles desistiram da
batalha. Além de iniciarem um abaixo assinado a favor da intervenção, eles
passaram a focar em esforços para o presidente da República Michel Temer,
renunciar.
Nos grupos da categoria, a estratégia agora é tentar
incluir a população em geral nos protestos, argumentando que essa não é uma
luta só dos caminhoneiros, mas de todo o País.
Para isso, eles pedem que o povo não fique nas filas de
postos de combustíveis nem paguem valores altos.
"A população não acordou ou está com preguiça de
acordar. Não percebem que os descontos que o governo deu para nós caminhoneiros
serão repassados para o álcool e para a gasolina de toda sociedade", diz
um deles, no grupo de WhatsApp.
Para os motoristas, a única forma de derrubar o governo é
uma greve geral, uma manifestação que envolva toda a sociedade. "Nossa
greve continua, mas se o povo não ajudar não conseguiremos atingir nossos
objetivos. Cadê a população nas ruas", questionava outro
participante.
Eles também negavam que estavam sendo comandados por
algum infiltrado. "Essa é uma luta nossa, não gostamos de políticos e nem
queremos que eles estejam aqui", afirmavam.
O jornal O Estado de S. Paulo participa de três grupos de
WhatsApp de caminhoneiros, cada um com mais de cerca de 300 participantes. Na
troca de mensagens, eles se organizam rapidamente.
As informações se alastram em minutos, como ocorreu após
o pronunciamento do presidente, no domingo. Em áudios, líderes de cada Estado
mostravam a situação do momento e as decisões de manter a paralisação. A ordem,
por ora, é manter a paralisação. Fonte: Diário de Pernambuco