Em 1957, em parceria com
Onildo Almeida, escreveu 'Capital do Agreste', considerada o hino do centenário
e que foi gravada por Luiz Gonzaga.
És bonita, és lendária,
Caruaru! Teus caboclos tão cantando, não há terra como tu. Quem tá longe, tá
chorando longe de Caruaru". Foi com esses versos que, ao lado de Onildo
Almeida, Nelson Barbalho cantou a Princesa do Agreste, que completa 161 anos
neste 18 de maio de 2018.
Escrita em 1957, a música
chamada "Capital do Agreste" é considerada o hino do primeiro
centenário de Caruaru e foi gravada pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Em outra
parceria com Gonzagão, Nelson compôs "A Morte do Vaqueiro".
Barbalho nasceu em 2 de
junho de 1918. E, ao longo da vida, foi jornalista, historiador, pesquisador,
lexicógrafo e compositor. Em Caruaru, foi colaborador dos jornais "A
Defesa", "Jornal do Agreste" e "Vanguarda", além de
escrever para jornais do Recife, como "Jornal do Commercio" e
"Diario de Pernambuco".
Nelson também foi fiscal
previdenciário por 42 anos e viajou por muitas cidades do Agreste do estado,
onde ele disse em entrevista para a TVU, em 1990, que conheceu a realidade
injusta para o povo. "Eu sei o que é a 'desprevidência' dos brasileiros e
o desgoverno dos governantes. Agora mesmo estamos com a inflação novamente
galopando e os aposentados e pensionistas estão há três meses sem
aumento", disse Nelson na entrevista.
Como fruto de suas viagens,
Nelson Barbalhou escreveu a "Cronologia Pernambucana", obra de 30
volumes que tinha o objetivo de apresentar as cidades do Agreste para as
crianças da rede pública de ensino. Segundo o escritor, parte da Cronologia não
foi publicada na época, por falta de editor e do apoio do então governador
Miguel Arraes.
Segundo o professor da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e genro de Nelson Barbalho, Sérgio
Alves, o primeiro livro publicado do caruaruense foi "Major Sinval",
em 1968. Ao todo, foram 110 livros, sendo cerca de 50 sobre Caruaru, entre
publicados e inéditos.
Para o historiador Walmiré
Dimeron, Nelson Barbalho é um dos responsáveis por manter a memória de Caruaru
viva por meio das obras. "Praticamente tudo o que nós sabemos hoje sobre o
passado de Caruaru nós devemos a Nelson. Ele foi pioneiro e grande em sua
produção. Ele foi um homem que sempre procurou colocar Caruaru no cenário da
história, é uma honra ser conterrâneo dele", disse.
Barbalho morreu em 22 de
outubro de 1993 e foi sepultado em Recife. Em 2007, o corpo dele foi
transladado para Caruaru, dentro da programação do sesquicentenário da cidade. Fonte: G1