Obra mais famosa do escritor
é o romance 'Terra de Caruaru', de 1960; com ela, Condé conquistou o Prêmio
Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras.
Após mais de 47 anos de sua
morte, o escritor José Condé continua sendo um dos maiores nomes da literatura
de Caruaru, município que completa 161 anos nesta sexta-feira (18). Ele levou
as características da cidade em suas obras, mesmo quando se mudou para o Rio de
Janeiro, em 1930.
Em entrevista à TV Asa
Branca, durante as comemorações do Centenário de José Condé em 2017, uma das
filhas dele, Vera Condé, relatou que o pai sempre cantava a Capital do Agreste.
"Meu pai beijava o chão de Caruaru, eu passei a vida ouvindo a cidade. Meu
pai era louco por Caruaru", disse.
Segundo o historiador
Walmiré Dimeron, Condé escreveu o primeiro jornal manuscrito aos 10 anos. Mais
jovem, ele foi interno do Colégio Plínio Leite, em Petrópolis (RJ). Lá, vivia
uma vida solitária e, mesmo assim, dirigiu dois jornais e fundou o Grêmio
Literário Alberto de Oliveira. Nesse período, o caruaruense publicou
"Vingança", seu primeiro conto que foi impresso no jornal "Pra
Você".
Para Walmiré, José Condé
relatou em suas obras muitas coisas que viveu durante a infância em Caruaru.
"Condé viveu em Caruaru até por volta dos 12 anos e foi criado solto pelas
ruas da cidade, na feira, tomando banho no Rio Ipojuca. Na solidão ele se refugiou
nas memórias que tinha de sua terra natal", comentou.
Em 1934, Condé se mudou para
o Rio de Janeiro e se aproximou das obras de Jorge Amado, Rachel de Queiroz,
Manuel Bandeira e José Lins do Rêgo. Já na capital fluminense ele publicou o
poema "A Feira de Caruaru", na revista "O Cruzeiro", e em
1939 se formou em direito. Nos anos seguintes, José Condé exerceu atividades em
um escritório de advocacia, ingressou no ramo imobiliário, retornou ao
jornalismo e foi nomeado para o Instituto dos Bancários, onde se tornou
procurador e permaneceu até o fim da vida.
O primeiro livro publicado
de José Condé foi "Caminhos da Sombra", em 1945. A obra mais famosa é
o romance "Terra de Caruaru", de 1960. Com ela, o escritor conquistou
o Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras. Já o livro "Pensão
Riso da Noite: Rua das Mágoas (cerveja, sanfona e amor)", de 1962, foi
traduzido para o alemão e inspirou a minisérie Rabo de Saia, da TV Globo,
exibida na década de 80.
Condé morreu em 27 de
setembro de 1971, no Rio de Janeiro, vítima de uma insuficiência hepática. Um
ano depois, a esposa dele, Maria Luiza, publicou uma coletânea como obra
póstuma, intitulada como "As Chuvas". Fonte: G1