Em Pernambuco, pelo menos 63
cidades decretaram situação de emergência devido ao desabastecimento de
combustível. A informação foi divulgada pela Associação Municipalista de
Pernambuco (Amupe) nesta segunda (28/05). O governo estadual quer aumentar para
150 a média diária de caminhões com combustível que saem do Porto de Suape para
manter os serviços essenciais à população durante a greve dos caminhoneiros,
que chegou ao 8° dia.
Entre a madrugada da quinta
(24/05) e a tarde desta segunda (28/05), cerca de 100 caminhões com combustível
saíram do complexo portuário localizado no Grande Recife sob escolta policial
ou do Exército para manter serviços nas áreas de saúde, segurança e transporte
público e abastecer alguns postos da Região Metropolitana.
A falta de combustível levou
os seguintes municípios a decretarem situação de emergência: Afogados da
Ingazeira, Afrânio, Agrestina, Aliança, Arcoverde, Belo Jardim, Bom Jardim,
Brejo da Madre de Deus, Cachoeirinha, Camaragibe, Carnaíba, Caruaru, Cortês,
Cumaru, Cupira, Custódia, Dormentes, Escada, Exu, Flores, Garanhuns, Gravatá,
Ibirajuba, Igarassu, Iguaraci, Inajá, Ingazeira, Ipojuca, Itaíba, Jaboatão dos
Guararapes, Jaqueira, Lajedo, Moreno, Olinda, Palmeirina, Paranatama, Passira,
Pesqueira, Petrolina, Pombos, Primavera, Riacho das Almas, Rio Formoso, Santa
Maria da Boa Vista, São Caetano, São João, São Joaquim do Monte, São José da
Coroa Grande, São Lourenço da Mata, São Vicente Férrer, Sirinhaém, Sertânia,
Solidão, Surubim, Tabira, Tacaimbó, Tamandaré, Taquaritinga do Norte, Toritama,
Trindade, Triunfo, Vertentes e Xexéu.
Força policial
Após reunião nesta segunda
(28) do Comitê de Monitoramento de Crise montado para acompanhar os efeitos da
paralisação dos caminhoneiros, o governo de Pernambuco informou que não
descarta a utilização de força policial para liberar os 12 pontos de bloqueio
parcial nas rodovias federais no estado. (Veja vídeo acima)
Segundo o secretário de
Planejamento e Gestão de Pernambuco, Márcio Stefani, há negociações com os
manifestantes estacionados às margens da Avenida Portuária, em Suape, para
liberar 30% dos caminhões que diariamente circulam pelo local, mas a quantidade
de grupos ligados ao movimento dificulta o acordo.
"Temos uma estrutura de
negociadores dentro das forças policiais e dentro da estrutura do governo, mas
tivemos uma dificuldade porque são três ou quatro grupos por bloqueio. Não há
uma verticalidade, são muitas pessoas. Nos bloqueios em Suape e nas BRs 232 e 101,
têm mais de um grupo", afirmou o secretário.
De acordo com Stefani, em
uma semana, mais de R$ 1,2 bilhão deixou de circular na economia pernambucana
por conta da mobilização nacional. Até então, apenas caminhões escoltados pela
Polícia Militar ou pelo Exército conseguem entrar ou sair do Porto de Suape,
priorizando a distribuição de combustível e insumos para serviços como saúde,
segurança e transporte público.
De acordo com o secretário
de Defesa Social do estado, Antônio de Pádua, um comboio de 14 caminhões de gás
liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, que não foi conduzido pelo
governo, foi interceptado por manifestantes e não conseguiu entrar no Porto de
Suape.
"Desde que foi assinado
o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), na medida que se possa usar as
Forças Armadas, começamos uma conversa. Tivemos uma conversa no Comando Militar
do Nordeste e, hoje, uma com a participação do governador. Foram tratadas ações
conjuntas para que trabalhemos de forma integrada e possamos até levar
combustível ao interior do estado", explicou Pádua.
Fonte:G1