Ciente
das limitações do Santa, torcida avalia início de temporada do treinador,
marcado por eliminações precoces em competições
No
Arruda, o sentimento é de tristeza. E não poderia ser outro após o Santa Cruz
sofrer uma goleada do Sport por 3x0, na Ilha do Retiro, na última quarta-feira,
e consequentemente amargar mais uma eliminação, desta vez logo nas quartas de
final do Campeonato Pernambucano. Antes disso, havia fracassado na primeira
fase da Copa do Brasil. Apesar da chateação pelos baques em três meses de
temporada, a torcida reconhece as limitações do elenco e divide opiniões sobre
o trabalho do técnico Júnior Rocha à frente da Cobra Coral.
A
Folha de Pernambuco entrevistou torcedores que acompanhavam das sociais o
treinamento do time na última sexta-feira. Todos eles sentem a falta de
reforços com mais qualidade técnica, mas sabem que a realidade financeira do
clube atrapalha a diretoria de futebol no mercado. Para a sequência do ano, os
tricolores esperam contratações para o restante da Copa do Nordeste e a disputa
do Campeonato Brasileiro da Série C, que começa em abril.
“Não
tem como falar do técnico. Ele chegou aqui para formar um novo grupo e fica
difícil até exigir. Já vi que o treinador entende bastante, mas não temos
muitas peças de qualidade. O que me deixou mais chateado foi ter sido eliminado
pelo Sport. Queria acabar com o rival, mas futebol é assim mesmo. Fizemos uma
primeira fase bem abaixo. Para a Série C, o Santa precisa de pelo menos dois
jogadores de qualidade. Sinto a falta de um centroavante. Se a gente contratar
bem, podemos conquistar o acesso. O problema é o dinheiro”, comentou Aneilson
Vieira, aposentado de 67 anos. Diferentemente dele, outro torcedor criticou
Júnior Rocha e a equipe, mas saiu em defesa da diretoria.
“Acredito
que Júnior Rocha não é o técnico apropriado para o Santa Cruz. Poderia até ser,
mas se o time tivesse jogadores individuais melhores em relação aos que estão
aqui. Fica difícil culpar a diretoria, até porque ela não tem verba. Eu fiquei
satisfeito com o desempenho no Estadual porque o sofrimento seria maior depois.
Com esse time, tudo complica. Além do elenco ser limitado, o treinador só gosta
de jogar retrancado. Isso me deixa constrangido e preocupado”, disse Nildo
Correia, também aposentado.
Já o
jornalista Ewerton Cabral, de 27 anos, está satisfeito com desenvoltura do
profissional, que tem um aproveitamento de 43,75% dois pontos disputados: são
quatro vitórias, nove empates e três derrotas. “O trabalho está sendo bem
feito, mas ainda não agradou o torcedor. O treinador tem tirado 'leite de
pedra'. Se fosse para crucificar alguém, o último seria o técnico. A parte
financeira é a questão maior e interfere muito no desenvolvimento técnico do
elenco. De acordo com o que temos, fica difícil e por isso considero como
suficiente. Mas para a Série C é uma incógnita, até porque a qualidade técnica
é maior. Vamos precisar de contratações”, declarou.
Sem
demonstrar desespero, a cúpula tricolor depositou confiança em Júnior Rocha, um
dos responsáveis pela remontagem por inteiro do elenco. “Ele é estudioso e
competente. Temos que buscar um ponto de equilíbrio e analisar nossos aspectos positivos.
Precisamos fazer uma avaliação profunda, mas estamos conscientes do que
queremos. Nunca escondemos da torcida que a prioridade é o acesso à Série B.
Não é por conta de uma derrota no clássico que vamos sair rifando os nossos
atletas. A mesma equipe que foi eliminada do Campeonato Pernambucano é a que
lidera a chave da Copa do Nordeste”, ressaltou o vice de futebol Felipe Rego
Barros. Fonte: FolhaPE