Sem
um nome para o Planalto, socialistas podem focar nas disputas locais para
fortalecer a legenda
Para
dar mais autonomia às costuras nos estados, o PSB avalia a possibilidade de não
apoiar nenhum palanque presidencial nestas eleições. Embora haja resistência
dos que defendem a candidatura própria, a medida é vista como uma forma de
evitar divisões dentro da sigla. O governador Paulo Câmara (PSB), por exemplo,
caminha para uma aliança com o PT, enquanto que o vice-governador de São Paulo,
Márcio França, defende que a agremiação apoie a candidatura do PSDB. Aberto
ontem, em Brasília, o Congresso Nacional irá discutir, entre outros temas, o
comportamento da legenda na corrida eleitoral. O evento segue até amanhã com a
participação de Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio.
De
acordo com o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, caso seja tomada, a
decisão evita o engessamento o partido. "O partido já fez isso no passado,
a decisão de analisar caso a caso as alianças", disse o dirigente. Segundo
ele, as questões serão definidas mais a frente, mas, durante o congresso,
deverá sair a orientação de que o partido vai se posicionar no campo da
Centro-Esquerda, enterrando de vez a possibilidade de apoiar Alckmin. Na cúpula
socialista, há ainda quem queira aliança em torno do ex-presidente Lula e outra
parcela prega a união ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT)
Defensor
de que a legenda lance candidato, tendo, inclusive colocado seu nome à
disposição, o ex-deputado federal Beto Albuquerque afirmou que será um erro
ficar fora do cenário nacional. "Luto para que tenhamos candidatura
própria. Lancei documento aqui no Congresso mostrando que o PSB cresce quando é
protagonista. Numa eleição que pode ter 20 candidatos seria uma omissão
imperdoável o PSB não participar do debate nacional", destacou Beto
Albuquerque. Questionado se não entrar em nenhuma coligação nacional poderia
trazer mais unidade à agremiação, o socialista falou que "uma candidatura
própria não impede nem proíbe que se façam alianças nos estados".
Em
discurso, na abertura do evento, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira,
disse, ao retomar à origem de centro-esquerda, a sigla se unificou e
reencontrou suas bandeiras. "Aqueles que tentaram desviar o PSB do seu uso
histórico, hoje estão fora do nosso partido. Aqui é lugar de socialistas, de
progressistas, de trabalhadores, que desejam o progresso do país. Os que
desejam apoiar medidas antidemocráticas, como a reforma trabalhista e da
previdência, aqui não deverão estar", disse Carlos, em referência à saída
dos dissidentes do partido, a exemplo do ministro de Minas e Energia, Fernando
Filho (sem partido). Fonte: FolhaPE