A atriz pernambucana
falou sobre a diferença entre dar vida à mãe de Cristo em 2009 e neste
Natural de Pernambuco e de
família católica, a atriz Fabiana Pirro foi a escolhida para interpretar Maria
na temporada 2018 da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Esta é a segunda vez
que Fabiana dá vida à mãe de Cristo nos palcos da cidade-teatro. A primeira
experiência foi em 2009.
Ao G1, ela falou sobre o
espetáculo, a emoção de atuar em uma peça que foi criada em Pernambuco e a
diferença entre a Maria deste ano e a de nove anos atrás. Confira na
entrevista:
Você já se apresentou aqui
em Nova Jerusalém por várias vezes. Inclusive, interpretou Maria em 2009. Como
é atuar de novo na Paixão de Cristo?
É um presente que eu ganhei
na minha vida artística poder ter começadoa fazer teatro aqui, neste templo
sagrado. Todo teatro é um templo. E este aqui é imenso! A gente realmente tem
uma responsabilidade gigantesca, porque são espetáculos que têm um público
enorme a cada noite. Começar aqui me deu uma noção da grandeza que o teatro
abarca, como o teatro pode ser tão mágico. Eu fui pega de um jeito que não teve
volta. E eu me sinto muito honrada de voltar depois de tanto tempo. A primeira
vez que eu pisei aqui foi em 1997. Já são 21 anos. Minha primeira personagem
foi uma dama da corte de Herodes. De lá para cá eu só adentrei mais no universo
do teatro e hoje eu me sinto mais confiante. Como dizia o profeta Elias,
"é na confiança que está a vossa força". O tempo no teatro é valioso,
muito benéfico. Então, esses 21 anos que se passaram me deram uma base muito
sólida e hoje eu acredito muito no que eu faço.
E qual a diferença da
Fabiana que fez Maria em 2009 para esta de 2018?
É muito diferente. O tempo é
muito valioso. Naquele ano de 2009 eu fui para uma Maria muito santa, porque eu
venho de uma família muito católica. Eu tinha o pensamento de que Maria estava
no céu. O tempo passou e eu falei: Meu Deus, ela está aqui. Ela é mãe como eu
sou. Então, eu sei o que é ter um filho. Eu trouxe Maria para cá mesmo. E foi
lindo ter a primeira experiência com ela nesse lugar de santidade e agora nesse
lugar de mãe, de mulher do povo, mulher simples, que eu me identifico muito.
Com certeza, são dois momentos diferentes, duas Marias diferentes. E o ator é
um "bicho" que vai mudando a cada dia, sempre com nossas
experiências, nossas quedas, nossos triunfos. Tudo isso serve de material
mesmo. Com esses nove anos que se passaram, desde a primeira vez que fiz Maria,
eu falei: Meu Deus, que lindo que a gente vai mudando!
Como é ser de Pernambuco e
atuar em um espetáculo que teve origem e segue sendo realizado no estado?
Pernambuco é um celeiro de
atores e atrizes. Somos um povo muito criativo, voltado para a arte. Então,
Maria está sendo feita por uma pernambucana, Jesus está sendo feito por um
pernambucano e isso está certo. Nós temos um teatro muito forte. Recife é considerada
uma capital do teatro. Somos de uma terra fértil, artisticamente falando.
Qual mensagem você deixa
sobre o espetáculo?
Olha, é um espetáculo que
modifica de verdade a gente. Eu acredito que modifica tanto nós, que estamos
fazendo, quanto quem está assistindo. Eu me emociono muito. Nunca é demais a
gente falar de amor, de generosidade, do perdão, da fé. Eu acho que, cada vez
mais, temos que falar disso para ver se a gente muda um pouquinho a feiúra que
está esse mundo. Renatinho [Renato Góes] está lindo, trouxe um Jesus calmo,
puro, forte. O espetáculo está lindo. Fonte: G1