Além de ser um dos
cientistas mais conhecidos no mundo, pesquisador era exemplo de determinação
por resistir por muitos anos à esclerose lateral amiotrófica.
Morreu nesta quarta-feira
(14), em sua casa, o físico e pesquisador britânico Stephen William Hawking,
aos 76 anos. A morte foi comunicada por sua família à imprensa inglesa.
Hawking se tornou um dos
cientistas mais conhecidos do mundo ao abordar temas como a natureza da
gravidade e a origem do universo. No final da década de 1960, ganhou fama com
sua teoria da singularidade do espaço-tempo, aplicando a lógica dos buracos
negros a todo o universo. Ele detalharia o tema ao público em geral no livro
"Um breve história do tempo", best-seller lançado em 1988. Em 2014,
sua história de vida foi contada no filme “A teoria de tudo”, vencedor de um
Oscar.
VEJA FOTOS DA CARREIRA E
VIDA DO FÍSICO
VEJA VÍDEOS SOBRE HAWKING
Hawking também se tornou um
símbolo de determinação por ser portador da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
e ter sobrevivido a ela por décadas. A doença degenerativa fez com que
conseguisse, em certo ponto, mover apenas um dedo e os olhos voluntariamente. A
cadeira de rodas e a crescente dificuldade para se comunicar não o impediram,
no entanto, de seguir sua carreira, já que sua capacidade intelectual
permaneceu intacta.
Além de importante
divulgador científico, Hawking também será lembrado, como pesquisador, por sua
descoberta de que os buracos negros, aqueles pontos do cosmo tão densos que nem
a luz lhes escapa, não são realmente negros quando explodem, falando
simplificadamente. Eles podem soltar partículas e radiação antes de
desaparecerem.
Ninguém acreditava
inicialmente que partículas pudessem sair do buracos negros. "Não estava
procurando por elas [as partículas]. Apenas tropecei sobre elas", contou
numa entrevista de 1978 ao "New York Times".
Trajetória
Hawking nasceu em 8 de
janeiro de 1942 em Oxford, na Inglaterra, exatamente 300 anos após a morte de
Galileu. Quando fez 8 anos de idade, se mudou para St. Albans, cidade
localizada a cerca de 30 km de Londres, na Inglaterra.
Estudou na University
College, de Oxford, que também foi a faculdade de seu pai. Stephen queria
estudar matemática, enquanto sua família o queria estudante de medicina. Como
matemática não estava disponível na grade da universidade, ele escolheu física
e se formou em 1962.
Três anos depois, o físico
recebeu sua primeira premiação na classe de licenciatura em Ciências Naturais.
Ele saiu de Oxford e foi para Cambridge fazer uma pesquisa na área de
cosmologia, já que não havia essa área na universidade em que estudava.
Tornou-se doutor em
cosmologia e trabalhou como professor de matemática na Universidade de
Cambridge, onde era professor lucasiano emérito -- mesmo cargo ocupado por
grandes cientistas como Charles Babbage, Isaac Newton e Paul Dirac. Ele também
foi diretor do Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica da mesma
universidade. Suas principais áreas de especialidade foram cosmologia teórica e
gravidade quântica.
Hawking também foi autor de
14 livros, entre eles “O universo em uma casca de noz” e “Uma breve história do
tempo”.
ELA e vida pessoal
Quando completou 21 anos,
Hawking foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). A doença
causa morte dos neurônios motores, que são as células nervosas responsáveis por
todos os movimentos do corpo. Aos poucos, os pacientes perdem a capacidade de
se mover, de falar, de engolir e de respirar.
Por isso, Hawking vivia em
uma cadeira de rodas e era dependente de um sistema de voz computadorizado para
se comunicar com as pessoas.
Ele teve três filhos.
Casou-se pela primeira vez em 1965 com Jane Hawking e se separou em 1991. Em
1995, teve seu segundo casamento com a enfermeira Elaine Mason e se divorciou
em 2006. Fonte: G1