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Alimentos fermentados ajudam na saúde do corpo


Apesar de milenar, a técnica da fermentação é assunto para os dias de hoje. Transforma a estrutura da comida e gera micro-organismos benéficos à saúde do corpo


As bactérias estão por todos os lados e, nem sempre, elas são as protagonistas de um filme de terror. Ao invés da imagem de sujeira e doença, corte para a cena com alguns desses seres invisíveis a olho nu atuando a favor da saúde, numa espécie de combo perfeito para a flora intestinal. São os chamados probióticos, que, você, certamente, já viu a indústria colocá-los à venda na forma de líquido envasado. Agora, com a alta demanda por informações de saúde e bem-estar, o assunto ganha mais espaço por meio da fermentação, que é capaz de desenvolver esses micro-organismos benéficos.


Terreno fértil para kefir, kombucha, iogurte natural e picles de vegetais surgirem numa leva de produções artesanais com o gancho do ‘faça você mesmo’ em casa. Eles compõem a ponta de uma pirâmide formada por produtos com suas culturas de bactérias e leveduras atuando para transformar o alimento em comida funcional. No livro “A arte da fermentação”, da editora Tapioca, o escritor americano Sandor Katz, considerado especialista no assunto, conta que os benefícios de inserir uma dieta como essa é fortalecer não só diretamente os sistemas digestivo e imunológico, mas todo o organismo. É o que ele chama de engajamento sustentável em prol da saúde.

Tamanha conexão acontece porque o intestino abriga incontáveis neurônios e neurotransmissores, que justificam seu apelido de segundo cérebro. “Por isso, devemos ter uma flora intestinal equilibrada, que irá se comunicar bem com todo o corpo. Mas não significa apenas ingerir cápsulas ou líquidos com probióticos, é preciso criar condições de crescimento para essas bactérias do bem, ingerindo fibras, controlando o estresse, evitando o abuso de medicamentos e de drogas lícitas e ilícitas”, reforça químican industrial e especialista em nutrição, Ana Cláudia Correia, do SPA Oasis.

“Há os derivados do leite que, em processo de fermentação, a lactose é transformada em ácido láctico. Sendo também indicado para quem sofre dos desconfortos causados pela intolerância à lactose, que são pessoas que precisam reforçar a quantidade de bactérias boas”, completa Correia. Os ácidos produzidos ainda diminuem o ph intestinal, evitando o mal-estar provocado por excessos de acidez.

Emagrecimento - Logo, a bebida fermentada virou a queridinha de quem quer perder peso, sem abrir mão do aporte nutricional. Ponto positivo, mas com ressalvas, segundo a orientação de especialistas. “De fato, você dá condições para o intestino absorver melhor os nutrientes, diminuir a retenção de líquidos e se manter saciado por mais tempo. Mas isso são consequências de um sistema digestivo equilibrado e não um fato isolado”, diz o entusiasta da fermentação, Milton Patruczock, com a expertise de quem já ministrou workshops sobre o tema no Recife. “Nesse campo, surpreende a pouca familiaridade das pessoas com os preparos na cozinha. E, na fermentação, elas precisam lidar com o manuseio de ingredientes que entrarão em decomposição. Isso ainda causa estranheza”, aponta. Fonte: FolhaPE