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Febre Amarela: Sanitarista esclarece como a doença atua

A Febre Amarela vem ocupando cada vez mais espaço na mídia devido às recentes mortes e casos suspeitos da doença, inclusive no Nordeste e em Pernambuco. Segundo balanço divulgado pelo Ministério de Saúde, até a primeira semana de fevereiro foram registrados 213 casos da doença em todo o Brasil, sendo 81 mortes, desde julho do ano passado. O Governo Federal recebeu pouco mais de mil notificações de casos suspeitos, com 435 ainda em investigação.      

Apesar de ampla divulgação sobre a doença, parte da população ainda tem dúvidas sobre como essa enfermidade ocorre e de onde ela surge. O Biomédico, Sanitarista e professor da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Efraim Naftali, explica que a febre amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda, mas que pode ser prevenida por vacinação. “A FA possui dois ciclos de desenvolvimento da transmissão distintos: um silvestre e outro urbano, que se diferenciam pela espécie do mosquito transmissor e no ambiente onde ocorre. Mas a doença é a mesma, em seus aspectos gerais”, explica.    

Efraim, que também é Mestre em Ciência Animal Tropical e Coordenador de Vigilância em Saúde, ainda explica a diferença dos ciclos- urbano e silvestre: “No urbano, a transmissão é do tipo homem-mosquito-homem, no qual o Aedes aegypti é o principal vetor. Esse tipo de transmissão não ocorre no país desde 1942, mas, devido ao elevado potencial de disseminação em áreas urbanas com a presença do mosquito transmissor, seu controle torna-se uma ação prioritária diante de qualquer ocorrência de casos suspeitos em humanos e animais nas localidades do Estado. Os mosquitos transmissores têm hábitos diurnos e geralmente vivem na copa das árvores, o que justifica a infecção de animais que vivem no alto das arvores, como os macacos, e acidentalmente infectando o homem”.    

Ainda segundo o biomédico, a reemergência da FA fora da região amazônica a partir de 2007 reacendeu a preocupação das autoridades de saúde com a expansão das áreas de circulação viral no Brasil, documentada durante a última década. “O trânsito legal ou ilegal de animais doentes entre as áreas com e sem transmissão de FA aumenta o risco de introdução da doença em áreas indenes. Reforça-se a necessidade do combate ao tráfico ilegal de animais silvestres”, ressalta.