A escola fez um paralelo
entre o romance "Frankenstein” e as mazelas sociais brasileiras.
Corrupção, desigualdade, violência e intolerâncias de gênero, racial, religiosa
e até esportiva formaram o cenário de "Brasil monstruoso".
A Beija-Flor tem agora 14
títulos no Grupo Especial do Rio, atrás apenas de Portela e Mangueira no total
de vitórias.
Comandado por Neguinho da
Beija-Flor, o samba-enredo “Monstro é aquele que não sabe amar (Os filhos
abandonados da pátria que os pariu)” foi cantado em coro pelo público da
Sapucaí, que ao final do desfile ocupou a avenida, seguindo a escola.
“A Sapucaí foi ovacionada
pela alegria e emoção. A Beija-Flor fez as pessoas cantarem o samba pelo pedido
de socorro. As imagens foram muito fortes, aquele teatro todo retratando o que
o nosso país está passando. Foi um grito de socorro dentro de um samba-enredo“,
disse Raíssa, madrinha de bateria da escola.
Mais de 2 mil pessoas
explodiram de emoção em frente à quadra da Beija-Flor, em Nilópolis. Mais de 2 mil pessoas explodiram de emoção em frente à
quadra da Beija-Flor, em Nilópolis.
As cantoras Pabllo Vittar e
Jojo Todynho foram destaque do carro "O abandono", representando a
luta contra a intolerância de gênero e a intolerância racial, respectivamente.
Esta não foi a primeira vez
que a Beija-Flor apostou em um samba crítico. Em 1989, a escola levou para a
Sapucaí um enredo sobre o lixo, com um "Cristo Mendigo" que saía de
dentro de uma favela.
Após uma decisão judicial
que proibiu sua exibição, o Cristo foi coberto por um saco preto e levou uma
faixa com a frase “Mesmo proibido, olhai por nós”. O desfile, histórico, rendeu
à escola de Nilópolis o vice-campeonato daquele ano.
Desfile das campeãs
Voltarão com a Beija-Flor ao
sambódromo para o desfile das campeãs, no próximo sábado (17), as escolas
Paraíso de Tuiuti, Salgueiro, Portela, Mangueira e Mocidade Independente de
Padre Miguel.
Assim como a escola de
Nilópolis, que levou sua crítica social para a avenida, a Paraíso de Tuiuti,
que ficou com o segundo lugar, contou a história da escravidão no Brasil e
condenou a reforma trabalhista aprovada recentemente. O destaque da Tuiuti ficou
no último carro da escola, que levou um vampiro com uma faixa presidencial para
a Marquês de Sapucaí.
A Mangueira não ficou atrás
no quesito protesto, com um samba-enredo que ironizou a decisão da Prefeitura
do Rio de cortar os recursos destinados às escolas de samba. Um dos carros
representou o prefeito Marcelo Crivella como um boneco de Judas. Fonte:G1