Defesa
Civil de Barreiros aponta que choveu 107.9 milímetros em 12 horas no município.
Média histórica de fevereiro é de 118 milímetros.
Em
2017, moradores da Mata Sul de Pernambuco sofreram com as consequências das
fortes chuvas que atingiram a região. Rios transbordando, ruas tomadas pela
lama e famílias desabrigadas foram situações comuns entre maio e junho. Durante
o sábado (17) e o domingo (18), a chuva que atingiu alguns dos municípios da
área trouxe o medo de que a situação possa se repetir.
Em
Barreiros, na Mata Sul, 134 famílias ficaram desalojadas somente durante o
sábado (17) e o domingo (18). “Choveu 107.9 milímetros em 12 horas e o volume
da média histórica de fevereiro é de 118 milímetros. Foi muita água em pouco
tempo”, observa o agente da Defesa Civil do Município Luís Henrique Bernardo.
As
áreas rurais do município foram as mais prejudicadas, com deslizamento de
barreiras e plantações perdidas devido à inundação. Segundo Bernardo, o
município organiza uma documentação para decretar estado de emergência e
receber o apoio necessário do governo estadual.
De
acordo com a Agência Pernambucana de Água e Clima (Apac), o período chuvoso
habitual é entre os meses de março de julho na Mata Sul e Norte.
“Perdi mesa, cama,
guarda-roupa que não tinha terminado de pagar. Minha casa é alta, mas ficou com
quase um metro de lama ano passado. Tenho medo de outra enchente”, afirma o
marinheiro José Ezequiel do Nascimento, morador do Centro de Rio Formoso. A
trégua da chuva nesta terça (20) trouxe tranquilidade, mas também incerteza
sobre os próximos meses.
De
acordo com a secretaria de Assistência Social de Rio Formoso, a chuva provocou
um deslizamento de barreira no Centro da cidade durante a segunda (19), mas sem
vítimas. No fim de semana, áreas ribeirinhas também ficaram alagadas. “Estamos
com a Defesa Civil em alerta para monitorar áreas atingidas”, afirma a titular
da pasta, Gina Maria.
De
acordo com a Apac, o município de Chã Grande, na Mata Sul, registra volume alto
de chuvas desde janeiro. No mês em questão, foram 202 milímetros, 430% a mais
do que a série histórica de janeiro. Até esta terça (20), o mês de fevereiro
acumulou 83,8 milímetros.
“Uma
barreira deslizou no fim de semana perto da minha casa. Não deixou ninguém
ferido, mas a gente sente medo”, conta a estudante Júlia Darc, moradora do
bairro Padre Cícero.
De
acordo com a Coordenadoria de Defesa Civil do Estado de Pernambuco (Codecipe),
foram registrados, entre a sexta (16) e a segunda (19), 42 deslizamentos de
barreiras no estado. As ocorrências deixaram 224 famílias desalojadas e outras
cinco desabrigadas.
Depois
de Barreiros, com 134 famílias prejudicadas, o município de Cortês, na Mata
Sul, com 87 famílias desalojadas, vem em segundo na lista de municípios cujos
moradores sofreram prejuízos. O Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, teve
três famílias desalojadas. Em Ribeirão, na Mata Sul, foram cinco famílias
desabrigadas.
A
Região Metropolitana do Recife também registrou chuvas acima da média. Choveu o
equivalente à média esperada para todo o mês de fevereiro no município do Cabo
de Santo Agostinho, no Grande Recife, entre o domingo (18) e primeiras horas
desta segunda-feira (19).
De
acordo com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), a chuva do fim de
semana provocou aumento no nível de barragens em Pernambuco, mesmo que em pouca
escala. Pirapama, no Cabo de Santo Agostinho, verteu.
Já a
barragem de Tapacurá, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, passou de
64,35% para 64,43% da capacidade de armazenamento. A barragem de Duas Unas, em
Jaboatão dos Guararapes, também no Grande Recife, passou de 58,12% para 59,30%. Fonte: G1