O resultado veio tão abaixo da
meta para o ano porque as receitas demoraram a reagir, se recuperando apenas a
partir do segundo semestre
A União, Estados e municípios
tiveram um rombo de R$ 110,5 bilhões no ano passado, resultado R$ 52,6 bilhões
abaixo da meta, de R$ 163,1 bilhões para União, Estados e municípios. Superavit
ou deficit primário é o quanto de despesa ou receita o governo gera, após a
quitação de seus gastos, sem considerar os pagamentos com os juros da dívida.
O resultado das contas
públicas, que vem sendo influenciado pelo rombo crescente da Previdência, é
divulgado de duas maneiras. A primeira divulgação, informada pelo Tesouro
Nacional nesta terça-feira (30), leva em conta a economia ou despesa apenas da
União, enquanto a segunda, divulgada pelo Banco Central nesta quarta (31), leva
em consideração o saldo de todo o setor público (União, Estados, municípios e
estatais).
Os dados informados pelo BC
mostram que o resultado do Tesouro, Banco Central e Previdência foi negativo em
R$ 118,4 bilhões, enquanto os Estados tiveram um superavit de R$ 6,8 bilhões.
Municípios e empresas estatais tiveram resultados positivos de,
respectivamente, R$ 601 milhões e R$ 362 milhões.
Abaixo da meta
O resultado veio tão abaixo da
meta para o ano porque as receitas demoraram a reagir, se recuperando apenas a
partir do segundo semestre. Quando a arrecadação começou a crescer, o que permitiria
aumentar as despesas, não houve tempo para a apresentação de projetos que
permitissem a execução de recursos
Além disso, o governo contou
com uma série de receitas extraordinárias, como o leilão das hidrelétricas, e
houve um forte esforço do governo para a contenção de gastos. No ano passado,
os gastos com investimentos, por exemplo, somaram R$ 46,2 bilhões -em
percentual do Produto Interno Bruto (PIB), isto é, 0,7%, a rubrica fica abaixo
do nível registrado em 2006. A Previdência teve um rombo de R$ 182,4 bilhões no
ano passado.
Dívida
A dívida líquida do setor
público fechou o ano em R$ 3,3 trilhões, ou 51,6% do PIB, alta de 0,6 ponto
percentual em relação a novembro. Já a dívida bruta fechou o ano em R$ 4,8
trilhões, 74% do PIB, uma redução de 0,2 ponto percentual na comparação com
novembro. Fonte: FolhaPE