Um deles é uma mulher
missionária, de São Paulo, que esteve em Fernando de Noronha, no início do mês.
Ela chegou ao Estado vindo de Angola, na África
A malária, doença também
transmitida por mosquitos e que provoca um recente surto no interior da Bahia, teve
os dois primeiros casos registrados em Pernambuco este ano. Um deles acabou
sendo confirmado. Trata-se de uma mulher, natural de São Paulo, que chegou no
arquipélago de Fernando de Noronha na primeira quinzena do mês. Segundo a
Secretaria Estadual de Saúde (SES), a paciente é missionária e chegou a
Pernambuco vinda de Angola, no continente africano. A mulher já teve alta e
deixou o território pernambucano.
A SES informou que a
missionária, após apresentar os sintomas da doença, buscou atendimento médico
no Hospital São Lucas, em Noronha, e foi transferida para o Hospital
Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), onde ficou sendo tratada. A pasta ainda
destacou que não há registro de transmissão da doença no território
pernambucano e que as pessoas que acabam contraindo a enfermidade tiveram
passagens por outros estados ou países. No mapa de transmissão da doença no
Brasil, o Ministério da Saúde coloca Pernambuco fora de risco para a
enfermidade.
O boletim nacional sobre a
enfermidade em áreas extra-amazônicas indica que, de janeiro a setembro de
2017, Pernambuco teve nove casos confirmados de malária informados no Sistema
de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
O infectologista do Hospital
Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Filipe Prohaska afirmou que a alguns
pacientes em anos anteriores chegaram até a unidade com quadro suspeito da
doença. E que não é incomum a notificação de possíveis doentes. O médico
destaca que não há qualquer informação de transmissão local da malária e os
casos que aparecem no hospital são importados de áreas endêmicas do Brasil ou
de outros continentes, como o africano. “Pernambuco não tem zona de malária. O
mosquito não vive aqui. Os riscos são baixíssimos. Praticamente inexistente”,
tranquilizou.
O vetor em questão é a fêmea
da espécie Anopheles, infectada por um tipo de protozoário. No Brasil, esse
mosquito é mais comum em regiões do Norte. Prohaska comentou ainda que, mesmo
nacionalmente, o tipo de malária circulante no País é o P. vivax,
conhecidamente mais branda. A doença tem sintomas como febre alta e calafrios,
mas nela os calafrios vêm a cada três ou quatro dias. “Os sintomas da malária
são bem característicos. As pessoas que vêm de regiões endêmicas como Norte do
País e África já têm a orientação procurarem o Hospital Oswaldo Cruz para fazer
testes se apresentarem esses sintomas.
No HUOC temos um teste rápido
que identifica se o paciente tem a doença ou não e ainda é capaz de dizer o
subtipo. Se o teste rápido dá positivo fazemos ainda outro exame chamado ‘gota
espessa’, que fecha o diagnóstico para o início do tratamento”, explicou. Para
a malária não há vacina e nem imunidade prévia. Ou seja, é possível contrair a
doença mais de uma vez. Fonte: FolhaPE