Enquanto longa filas se formam
em São Paulo e no Rio em busca de vacinas, o governo informou que desde julho
passado foram confirmados 35 casos no Brasil
O governo brasileiro
descartou, nesta terça-feira, que o país sofra um surto de febre amarela,
apesar do número de casos ter triplicado na última semana e da OMS ter
considerado o estado de São Paulo como área de risco de transmissão. "Hoje
estamos falando no aumento da circulação viral e no aumento da incidência no
número de casos, mas não em surto", afirmou o secretário-executivo do
Ministério da Saúde, Antônio Carlos Nardi, em Brasília.
Enquanto longa filas se formam
em São Paulo e no Rio em busca de vacinas, o governo informou que desde julho
passado foram confirmados 35 casos no Brasil, deixando 20 mortos, um aumento de
24 diagnósticos e 11 mortes em relação ao boletim da semana passada. Outros 145
casos seguem sob investigação.
Com 20 casos confirmados e 11
óbitos, o estado mais afetado é São Paulo, que já viveu um primeiro episódio de
vacinações em massa em outubro, depois de que dezenas de macacos com o vírus
morreram em vários parques. Nesta terça-feira, a OMS decidiu considerar este
estado como área de risco de transmissão da febre amarela, pondo em alerta a
megalópole de São Paulo.
"Consequentemente, a
vacina contra a febre amarela é recomendada para os viajantes que visitem
qualquer área do estado de São Paulo", afirmou a OMS em um comunicado.
Pouco depois, o governo local
adiantou para o fim de janeiro sua campanha maciça de vacinação, que estava
prevista para 3 de fevereiro. A dose será ministrada principalmente de forma
fracionada para evitar uma escassez que já começa a ser registrada em várias
clínicas privados da cidade. Nardi garantiu que, se for necessário, o governo
brasileiro está capacitado para aplicar esta dose fracionada a toda a
população, mas se negou a detalhar o estoque atual.
Para o secretário-executivo, o
chamado da OMS obedece a um "excesso de zelo" que busca que todos os
estrangeiros que visitam o estado de São Paulo estejam imunizados. Consultado
sobre o Carnaval, que começará em três semanas e receberá milhões de turistas,
Nardi afirmou que esta festa "transcorre em áreas urbanas, desta forma se
os turistas não se dirigirem a áreas de matas estarão seguros".
Entre dezembro de 2016 e julho
de 2017, o Brasil sofreu seu pior surto de febre amarela desde o início das
estatísticas, em 1980, com 777 pessoas infectadas e 261 mortes, 153 destas no
estado de Minas Gerais. A febre amarela, uma doença que pode ser mortal,
provoca febre, calafrios, fadiga, dores de cabeça e dores musculares,
geralmente associados com náuseas e vômitos. Os casos graves levam a uma
insuficiência renal e hepática, icterícia e hemorragia. Fonte: FolhaPE