Segundo o comunicado, o não
uso do socorro de R$ 15 bilhões de dívidas perpétuas do FGTS não prejudicará os
programas sociais da instituição financeira
Apesar da necessidade de
cumprir padrões mais elevados de segurança financeira a partir de 2019, a Caixa
Econômica Federal não usará o empréstimo de R$ 15 bilhões do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) este ano, informou nesta terça-feira (23) o Conselho
de Administração do banco. Em nota oficial, a instituição financeira informou
que recorrerá a outros instrumentos para se enquadrar nos requerimentos mínimos
de capital que entrarão em vigor no próximo ano.
De acordo com a Caixa, o banco
venderá carteiras de crédito a outras instituições financeiras, emitirá
instrumentos de dívida perpétua (tipo de mecanismo financeiro que aumenta o
capital da instituição) no mercado internacional e poderá abrir mão de repassar
os dividendos (parcela dos lucros que cabem aos acionistas) ao Tesouro Nacional
para reinvesti-los no banco. Segundo o comunicado, o não uso do socorro de R$
15 bilhões de dívidas perpétuas do FGTS não prejudicará os programas sociais da
instituição financeira.
“Com a atualização do plano, a
Caixa assegura o cumprimento do seu planejamento para 2018, incluindo o
orçamento previsto para habitação popular, sem a necessidade da emissão de
instrumento de dívida junto ao FGTS”, destacou o comunicado. Aprovado pelo
Congresso Nacional no fim do ano passado, o socorro do FGTS funcionaria como
uma dívida perpétua. O fundo injetaria R$ 15 bilhões no banco e receberia juros
da Caixa para sempre. Em troca, o dinheiro seria incorporado ao capital da
Caixa, ampliando a capacidade de a instituição financeira emprestar recursos.
A Caixa também informou que
está adotando um plano de contingência, desde o início de 2017, para aumentar a
eficiência. Entre as ações, estão o corte de despesas, o ajuste de processos de
alocação de capital e o aprimoramento da gestão da carteira de crédito com
instrumentos mais sofisticado de análise de riscos de calote (por parte de
tomadores de empréstimos). “O processo de ajuste é contínuo e permanente, conforme
previsto no novo Planejamento Estratégico da Caixa”.
A partir de 2019, os padrões
internacionais de segurança bancária se tornarão mais rígidos para impedir que
bancos quebrem, como na crise financeira de 2008. Para cada R$ 100 que
emprestar, um banco precisará ter de R$ 10,50 a R$ 13 como patrimônio de
referência para atender aos requisitos de capital mínimo. Fonte: FolhaPE