O juiz federal Sérgio Moro,
responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, negou mais uma
vez, hoje, o pedido do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha
para ser transferido para Brasília ou para o Rio de Janeiro.
"Não é conveniente a
transferência definitiva do condenado para Brasília ou para o Rio de Janeiro,
considerando o modus operandi da prática de crimes pelo condenado, com
utilização de sua influência política para obtenção de vantagem indevida
mediante corrupção", diz o despacho.
Sendo assim, Cunha deve
continuar preso no Complexo Médico-Penal (CMP) em Pinhais, na Região
Metropolitana de Curitiba. Ele foi preso em outubro de 2016. Já condenado na
Operação Lava Jato, o peemedebista também responde a um processo no Distrito
Federal, referente à Operação Sépsis.
Por esse motivo, nesta
segunda-feira, ele está no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.
A transferência temporária foi para que ele prestasse depoimento no processo
sobre desvio do FI-FGTS.
Em agosto deste ano, Cunha já
tinha pedido para ser transferido, mas Moro não permitiu.
A defesa do deputado cassado
pede a transferência por quatro motivos: para a "redução de custos com o
traslado do preso"; porque os escritórios dos advogados dele ficam em
Brasília; porque a ex-esposa dele mora em Brasília; e porque, antes de ser
preso, ele morava no Rio de Janeiro e, assim, seria "mais fácil deslocar o
núcleo familiar carioca até Brasília do que a Pinhais".
No despacho desta
segunda-feira, Moro justifica a permanência de Cunha dizendo que, em Curitiba,
a influência política do deputado cassado é menor do que nas outras capitais.
Isso, conforme o juiz federal, pode prevenir ou dificultar a prática de novos
crimes.
"Sua influência política
em Curitiba é certamente menor do que em Brasília ou no Rio de Janeiro.
Mantê-lo distante de seus antigos parceiros criminosos prevenirá ou dificultará
a prática de novos crimes e, dessa forma, contribuirá para a apropriada
execução da pena e ressocialização progressiva do condenado", acrescenta
Moro.
Em março deste ano, Moro
condenou Cunha a 15 anos e quatro meses de prisão, pelos crimes de corrupção
passiva, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Fonte: Blog do Magno