Notícias

6/recent/ticker-posts

Igreja pede que escolas cristãs aceitem identidades de gênero “sem julgamento”


Os cristãos têm a obrigação de tratarem bem a todos, insiste o arcebispo Justin Welby, principal líder da Igreja Anglicana. No Reino Unido, mais de 5 mil escolas públicas são mantidas pela sua denominação, que tem o status de “igreja oficial”.

Mas por conta de sua teologia liberal, que prega que Deus é só amor, nunca juiz, Welby fez declarações polêmicas esta semana. Ele defendeu que as crianças deveriam ser “livres para explorar as muitas formas de identidade de gênero”, sem que com isso sejam “rotuladas ou intimidadas”.
Segundo as novas diretrizes educacionais do país, devem ser tomadas medidas para se acabar com o bullying relacionado à orientação sexual ou identidade de gênero.

Segundo relatou o jornal Independent as palavras do arcebispo foram: “Todo bullying, incluindo o homofóbico, o bifóbico e o transfóbico, provoca danos profundos. Eles podem levar aos níveis mais altos de desordens mentais, depressão e suicídio”.

“Está no centro da teologia cristã a ideia de que todos somos feitos à imagem de Deus. Todos somos amados incondicionalmente por Deus. Devemos evitar, a todo o custo, diminuir a dignidade de qualquer pessoa devido a um estereótipo ou problema”, enfatizou.

As diretrizes das escolas inglesas, incluindo as confessionais, dão conta que todas devem “promover a dignidade para todas” as crianças. Para isso, precisam permitir que os alunos “aceitem a diferença de todas as variedades e recebam apoio para aceitarem sua própria identidade de gênero ou orientação sexual e a dos outros”.

“Nos primeiros anos de vida e durante a escola primária, a brincadeira deve ser uma característica da exploração criativa. Os alunos precisam ter a oportunidade de brincar com as muitas formas de identidade (as vezes literalmente usando roupas diferentes). As crianças devem ter a liberdade de explorar as possibilidades de quem possam ser, sem julgamento nem escárnio”, afirma a nova recomendação.

Veio então a porção mais controversa de seu pronunciamento: “Por exemplo, uma criança pode escolher uma roupa de balé, uma tiara de princesa e o salto alto e/ou o capacete de bombeiros, o cinto de ferramentas e a capa de super-heróis, sem expectativas ou comentários… Essas diretrizes ajudarão as escolas a oferecerem a mensagem cristã de amor, alegria e celebração de nossa humanidade, sem exceção ou exclusão”.

Professores punidos

Obviamente, grupos cristãos discordaram dessas recomendações ao mesmo tempo que reclamam que todas as vozes discordantes estão sendo silenciadas ou rotuladas de “preconceituosas”.

Segundo a Christian Concern, ONG conservadora, há professores sendo perseguidos em sala de aula por discordarem. Um dos casos mais conhecidos é do professor de matemática de Joshua Sutcliffe, que foi afastado do cargo e comparecerá a uma audiência disciplinar por ter chamado uma aluna de “garota” embora ela prefira ser chamada de “garoto”.

A Christian Concern diz que Joshua tenta “equilibrar sua fé cristã, que estabelece que o sexo é definido no nascimento, com a necessidade de tratar os alunos com a sensibilidade devida”.

“A maneira agressiva como a ideologia transgênero está sendo imposta está prejudicando minha liberdade de crença e de consciência, bem como a consciência de muitas pessoas em toda a nossa nação”, desabafou o professor.

Andrea Williams, diretora do Centro de Direito Cristão, que está defendendo Sutcliffe no processo, afirmou: “Esse é um dos muitos casos que estamos encontrando, onde professores estão sendo silenciados ou punidos por se negarem a seguir essa moda transgênero. Todos nós sabemos o quanto mudamos nos anos de adolescência. É vital que durante esses anos nós ajudemos as nossas crianças a viverem no sexo biológico em que nasceram em vez de encorajá-las a mudar de gênero. Se nós as encorajarmos, não será legal nem demonstrará compaixão, será algo cruel”.

O Serviço de Desenvolvimento de Identidade de Gênero, sediado em Londres, indica que a cada ano aumenta o número de crianças atendidas por sentirem-se “confusas sobre seu gênero”. O total de crianças entre 3 e 7 anos quadruplicou desde 2012. Fonte: Gospel Prime