Millonario
abre 2 a 0 no La Fortaleza, time granate consegue vitória por 4 a 2 com gol de
pênalti após revisão do VAR e despacha o time de Marcelo Gallardo, favorito à
vaga. Equipe argentina decidirá título em casa
MILAGRE GRANATE
"Senhor,
não vão revisar?", perguntou Marcelo Gallardo ao quarto árbitro, aos 40
minutos do primeiro tempo, quando o River vencia o Lanús por 2 a 0. O técnico
pedia a revisão de possível pênalti não marcado para o Millonario. O juiz
colombiano Wilmar Roldán não revisou. O Lanús diminuiu. Empatou. Virou. E fez o
quarto, em uma noite histórica no La Fortaleza. Após perder por 1 a 0 no jogo
de ida, o time granate saiu perdendo em casa, viu a vaga na final praticamente
ser selada para a equipe de camisa "mais pesada", mas mostrou que
também sabe ser gigante. Em jogo de reviravoltas e com ajuda do vídeo, o Lanús
venceu o River Plate por 4 a 2 e está em sua primeira final de Libertadores.
PRIMEIRO TEMPO: RIVER COM VAGA NA MÃO
A
vantagem obtida pelo River no jogo de ida não era tão grande. O Lanús não
queria ser vazado logo no início. O resultado disso foi um início de jogo de
poucos riscos. Mas por pouco tempo. Aos 15 minutos, Nacho Fernández foi
derrubado dentro da área por Braghieri. Wilmar Roldán marcou o pênalti,
convertido por Scocco. O atacante marcou seu oitavo gol na competição e é
artilheiro, ao lado de Chumacero. O Millo colocou um pé e meio na final aos 22
minutos.
Após
cobrança de falta de Pity Martínez da direita, Andrada deu rebote, e Montiel
aproveitou: 2 a 0. O Lanús precisaria de quatro gols para se classificar. Aos
40, um lance capital. Scocco recebeu na direita, driblou Marcone, e a bola
pegou no braço do volante. O árbitro nada marcou e não pediu revisão. Cinco
minutos depois, Sand recebeu pelo lado direito chutou forte para diminuir o
placar para o Lanús: 2 a 1.
SEGUNDO TEMPO: VIRADA HEROICA
Com
poucos segundos na etapa complementar, o castigo para o River aumentaria. Foi o
tempo necessário para o capitão e ídolo do Lanús, Sand, receber a bola dentro
da área pela esquerda e empatar a partida: 2 a 2. O gol inflou os donos da casa
e a torcida. O time de Marcelo Gallardo, por sua vez, se abateu. Não reagia. E,
aos 16 minutos, Alejandro Silva cruzou rasteiro da direita, e Acosta virou para
os Granates. O milagre estava anunciado.
Aos
19, o lance capital. Pasquini recebeu dentro da área e foi puxado.
Inicialmente, Wilmar Roldán não marcou o pênalti. No entanto, após mais de um
minuto, decidiu revisar o lance e assinalou a penalidade, convertida por
Alejandro Silva: 4 a 2. Nos minutos finais, o River acertou a trave, Andrada
fez duas defesas incríveis, Lux foi à área, mas a vaga na decisão tinha dono: o
Lanús.
VAR: A PRIMEIRA POLÊMICA
Anunciado
com orgulho pela Conmebol para as semifinais da Libertadores, o árbitro de
vídeo passou incólume pelos dois jogos de ida. No entanto, foi decisivo nesta
terça. E com polêmica. O árbitro colombiano revisou ao menos dois lances - pelo
que ficou claro na transmissão do jogo. O primeiro, ao validar o gol de
Montiel. A segunda, ao dar pênalti em cima de Pasquini, na segunda etapa,
quando o Lanús fez o quarto e decisivo gol. No entanto, a maior polêmica ficou
por conta de um lance não revisado. Aos 40 minutos do primeiro tempo, quando o
River vencia por 2 a 0, Marcone colocou o braço na bola. Marcelo Gallardo
perguntou ao quarto árbitro: "senhor, não vão revisar?". Não
revisaram. E o Millonario foi eliminado.
DECISÃO NA ARGENTINA
O
Lanús está em sua primeira final de Libertadores da histórica. Campeão da Copa
Sul-Americana em 2013, o time granate busca a inédita taça e decidirá o título,
contra Grêmio ou Barcelona de Guayaquil, na Argentina. O time granate terminou
com melhor campanha na primeira fase e a vantagem de ser mandante na partida de
volta. O detalhe é que o Lanús só conseguiu ficar em primeiro na colocação
geral da fase de grupos depois que levou os pontos do duelo com a Chapecoense,
após punição à Chape por escalação irregular. As finais serão nos dias 22 e 29
de novembro.
CAIU O SENHOR MATA-MATA
O
River de Marcelo Gallardo buscava sua 31ª classificação em 38 confrontos de
mata-mata desde o meio de 2014, quando o técnico assumiu a equipe. O time é um
especialista em duelos eliminatórios. Esteve muito perto da sua segunda final
de Libertadores em três anos. Mas caiu diante de um algoz conhecido. Antes do
jogo desta terça, o Millonario comandado por Muñeco havia sido eliminado sete
vezes, por cinco equipes diferentes. Uma delas era justamente o Lanús, que em
2017 foi campeão da Supercopa Argentina em cima do próprio River. Fonte: G1