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Em PE, 1º dia do Enem tem abstenção de 28,7% e falta de energia elétrica em escola


Em Pernambuco, 106.656 estudantes faltaram ao primeiro dia de provas do  Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado neste domingo (5). De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), isso representa 28,7% do total de 371.692 inscritos no estado, ou seja, 264.966 compareceram aos locais de prova para responder às questões.

Em um desses locais da aplicação do Enem 2017 em Pernambuco, os estudantes foram surpreendidos com a falta de energia elétrica e relataram que foram prejudicados pelo ocorrido. O caso aconteceu na Escola Estadual Marechal Mascarenhas de Moraes, no bairro de Ouro Preto, em Olinda.De acordo com estudantes, o local ficou quase duas horas sem energia elétrica.

“Depois das 16h, faltou energia e ficamos fazendo a prova no calor. Quando deu 17h55, a chefe do prédio disse que já tinha ligado para a Celpe e o prazo para voltar era de 24 horas.  Então nos disseram para entregar as provas, pois seria remarcada uma nova data e não haveria danos a candidato nenhum. Entreguei à minha prova de redação pela metade e o gabarito em branco. Quando eu saí e esperava minha irmã, disseram que não ia ter outra prova. Vou ficar com zero na redação e no gabarito?”, questiona a estudante Gisele Soares, de 17 anos.

Uma das principais reclamações dos candidatos foi o desencontro de informações. Quando a energia voltou, alguns não tiveram tempo de preencher o cartão-resposta e saíram sem saber se as provas feitas no local vão ou não ser canceladas. Uma fiscal do Enem na referida escola que prefere não ser identificada disse que as orientações dos coordenadores do Inep deixaram confusos não apenas os estudantes, mas até quem trabalhou na aplicação das provas.


A primeira informação que a gente recebeu era que os alunos iriam ficar na sala de aula e, quando a energia voltasse, teriam o acréscimo de tempo para fazer a prova. Depois a informação que chegou era que iríamos liberá-los porque o Inep marcaria uma nova prova. Quando decidiram que iam recolher as provas e assinar a lista de presença, foi passando um isqueiro nas salas para poder iluminar para a gente ver o nome dos candidatos e eles assinarem. As salas estavam bem escuras. Ficamos bem perdidos, pois a gente recebia várias informações e ficávamos nessa confusão”, contou.

Após a prova, candidatos ficaram reunidos em frente à escola esperando por alguma definição. Para evitar tumultos, a Polícia Militar foi chamada e enviou uma equipe para o local. A estudante Marcela Lopes, de 18 anos, ressaltou que se sentiu prejudicada pela falta de energia.

“Depois que a gente passa o ano todo estudando para chegar no momento da prova e ficar tranquila, acontece um negócio desse que desestabiliza completamente a pessoa. Na próxima semana, tem prova de novo e não sabemos se esta que fizemos vai valer”, desabafou.

Os pais dos candidatos, que também se surpreenderam com o ocorrido, reclamaram da situação. “Foi um verdadeiro absurdo. Eu comecei a chorar, perdi o controle, pois sei como foi de luta este ano para ela. São anos de preparação. Isso não pode ficar assim”, afirmou a psicóloga Carmen Silva, mãe de Marcela Lopes.

Respostas
Pelo telefone, a assessoria de comunicação do Inep informou que vai apurar, conversar com os envolvidos na aplicação do Enem na referida escola, como os fiscais de sala, para saber que providências vai tomar. A TV Globo entrou em contato com a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) e aguarda resposta. O G1 entrou em contato com a Polícia Militar e também aguarda retorno. Fonte: G1