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Cantor da Torpedo fala do câncer pela primeira vez e desabafa: 'Na doença, todo mundo some'

O carinho e a comoção dos fãs da banda Torpedo após o anúncio de que o cantor Deivison Kellrs estava lutando contra um câncer no fígado não se repetiu dentro da cena do brega pernambucano. O artista de 28 anos falou sobre o combate à doença pela primeira vez, em entrevista ao Viver, e revelou que apenas a família e os amigos mais próximos o demonstraram apoio depois do diagnóstico, emitido em julho deste ano, fazendo com que ele tenha se afastado dos palcos.      

"No brega, ninguém chegou para falar comigo, apenas umas quatro pessoas, que são meus amigos mais próximos. Não vou citar nomes, mas desejo que Deus abençoe a quem me desejou melhoras e a quem não falou também. Por sermos artistas, temos os telefones uns dos outros, nos falamos pelo WhatsApp, mas poucos falaram. Se mandaram [mensagens de apoio] para alguém, para terceiros, não chegou a mim", diz Deivison 

Ele completa: "Mas ninguém fez uma visita, falou uma palavra ao seu amigo que estava ali. Gente que chamava de amigo, que abraça no show, que dizia 'te amo!', chamava de herói... Quando  na doença, todo mundo some. Quando você fica doente é que pode saber quem são os amigos. Hoje minha base é a minha família, que mais me apoia".  

Fragilizado, o músico optou por se apresentar apenas esporadicamente, quando se sente bem. O tratamento, que consiste em sessões de quimioterapia e medicamentos, tem surtido efeito e o cantor afirma já estar apto para subir apenas aos palcos recifenses, já que fazer viagens longas pode prejudicar a melhora. "Graças a Deus estou sendo acompanhado por uma enfermeira e uma médica. Não preciso, mas ela estão de prontidão para o caso de eu me sentir mal", explica.  

Depois de um show em Caruaru, na semana passada, Deivison reverá o público nesta terça-feira (14), na festa de aniversário do produtor Thiago Gravações. A Torpedo, que agora é comandada por Francyne Roper e Júnior Dieckman, é umas das 25 atrações. "A expectativa está a mil porque era isso que eu esperava e rezava quando estava internado. Pedia a Deus para me curar para que eu pudesse subir ao palco, interagir com o público. Eu gosto muito e senti falta", celebra, acrescentando que poderá estar em "várias" apresentações.  

Além dos eventos, as redes sociais são um espaço especial para que Deivison possa se conectar com o público. A energia positiva emanada pelos fãs, segundo ele, tem sido fundamental. "Agora é que eu sei o valor das coisas, o valor de você falar e não ser respondido. Procuro responder a todos, é claro que não é fácil, mas tento falar com eles no Instagram. Hoje aprendi os calores. A vida é um trem-bala prestes a partir", comentou. 

No dia 26 de outubro, a Torpedo perdeu o baixista Carlos Eduardo Abdon Gomes, conhecido como Duda Bass, de 35 anos, que faleceu em decorrência de um AVC atribuído a complicações da diabetes. A perda foi sentida pelos demais membros da banda, sobretudo por Deivison. "Está sendo difícil principalmente para mim, porque não posso me emocionar. Quando olho para o lugar em que ele tocava... É uma grande equipe e perder um membro assim de repente, é difícil. Uma pessoa maravilhosa", lamentou.  

Ele vê boas perspectivas para o futuro da Torpedo e para o brega pernambucano, que diariamente resiste a episódios de preconceito: "Já alcançamos muito e vamos alcançar muito mais, tem muita gente que se identifica. Quanto aos comentários ruins, apenas ouço para melhorar. Não tiro meu tempo para responder esse tipo de coisa". Fonte: Diário de Pernambuco